Quisera eu ter te encontrado
Antes de teres cicatrizes
E, quem sabe, um raio
Atingir-nos-ia num laço,
Reunindo nossas raízes.
Quisera eu ser o primeiro amor
No qual entregaste o mundo
E, quem sabe, uma tempestade
Resgatar-nos-ia da tarde
Sombria da solidão em tudo.
Amar-te-ia com ardor
Como à escuridão da noite;
Quisera estar nos pensamentos,
Nos segredos dos teus sentimentos,
No desejo que te toma como açoite.
Tocar-te-ia como à alma
Mais sincera do paraíso dos teus olhos.
Embora com a impureza da calma
De possuí-la nos caminhos revoltos
Da carícia, do enleio, do gosto.
Itacoatiara-AM, 23 de junho de 2023.