À noite, o quarto escuro e a neblina do frio
Navegam sobre meus ossos devastados.
Aflito, há uma subcamada no rio
Dos olhos que estão cansados.

Na sua escuridão, há uma nuvem
Que sobrevoa a abstrata tristeza
Do abismo estreito da fuligem
Dos meus olhos em frieza.

O sono recai sobre os ombros
Junto com o peso do mundo;
A noite me vem os sonhos
E o tom de voz mudo.

Mais uma gota da chama
Que congela o poeta sonhador,
Pois à noite o luar engana
Quem é mais sofredor.

Itacoatiara-AM, 20 de junho de 2023.

Autor: Abraão Marinho

 
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