A Lira das Ilusões

Esta é uma obra experimental onde reúne trinta poemas mais alguns textos que escrevi em dias ilusórios, tornando todo o contexto artístico condizente à realidade.

Os poemas, na maioria das vezes falam de amor, sensualidade, solidão, enfatizando um pouco sobre o lado íntimo do autor, um jovem poeta louco e sonhador.

Leia com carinho os versos a seguir, e caso você seja a linda morena do vestido preto, considere apenas os versos apaixonados. Porém, como estou certo, mais uma estação irá passar, e no fim do dia algo será escrito…

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Capítulos

Eu queria sonhar

Eu queria sonhar em dias melhores,Em dores menos intensas,Em amores que existemSem favores egoístas,Sem camadas por detrásDas sujas cortinas. Eu queria entender fatoresPrimordiais à mente humana,Coisas que possibilitassemUma força inacessível,Embora tão utópicaQuanto a flor indizível. Eu queria descrever ideiasIndescritíveis a olho nú,Queria ser poeta, tanta coisaQue sequer consigo pensar,Que sequer consigo ver,Embora tente alcançar. Eu queria tanto conseguirTocar a superfície das nuvens,Olhar pra baixo e vislumbrarA merencória tempestade mudaQue venci gritando silenciosamenteNa tarde calma de mortal luta. Eu queria viver dias verdadeiros,Tão profundos quanto a gotaDa lágrima de quem finge chorar.Embora tente, não há cura,Não há horizonte para contemplar,Apenas o incolor desta infinita amargura. Itacoatiara-AM, 28 de dezembro de 2021.

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Inexistir

Estava tão desanimadoQuanto as estrelas num dia de sol,Quanto o silêncio em um dia de funeralE a esperança de quem morreu só. Estava tão ausente em mimQue imaginei, por um momento,Que estivesse dentro de uma prisãoNa liberdade deste sofrimento. Tão indigente dentro da almaQuanto o vento procurando abrigo,Quanto a tempestade procurandoMotivos pra destruir seu inimigo. Tão inconsciente, por um momentoQue durou noites inteiras pela metade,E que, como não bastasse, simplesmenteDesintegrou-me sem piedade… Ora (direis) ouvir estrelas! CertoPerdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto,Que para ouvi-las é necessário ser louco,Inexistir dentro de um luar cheio de pranto

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Lua branca

Oh! Lua branca de fulgores e de encanto,Vens a mim com a palidez de teu grito,Transborda teu mel no olhar aflitoComo se infinito fosse teu pranto. Oh! Lua branca de amores e mistério,Vens a mim com a sensatez dos teus passos,Completa-me com a perfeição de teus traçosE me toma a ti como se fosse adultério. Oh! Mas que teu brilho cega o mantoMais telúrico de meu ser restritoAos vícios de teus ilusórios laços. Oh! Mas que teu riso sacrossantoÉ tão impuro, feroz; um conflito…Dissipa teu calor nos meus braços! Itacoatiara-AM, 15 de junho de 2022.

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Mais um poema de amor

Amo-te como clausura do que queroE como angústia do que desejo.Estás aqui onde não espero,Talvez pela devastação que vejo. Como num sonho angustiante,Talvez por sentir intensamenteEu tenha o delírio dançanteDos olhos teus, docemente. Talvez a angústia me alimenteDiante do teu corpo distante,Ou talvez não mais que de repenteEu me eternize como ser errante. Itacoatiara-AM, 09 de fevereiro de 2022.

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Morena

Morena, sonho acordadoQuando passas por mimCom teus olhos negros e brilhantesQue me aprisionam num abismo sem fim. Morena, teus cabelos longos,Tão perfumados quanto os campos floridos,Enlaçam meu corpo estático de desejo,E me perco em tão grande conflito. És a chama que abrasa meu peito,Consumindo-lhe de mistérios ardentes;A ti entrego os mais íntimos pensamentos,Por que não vês que te quero intensamente? Qual será o gosto dos teus lábios,A doçura de tuas pequenas mãos,O calor dos toques profundosE perdidos na solidão? Morena, se soubesses de tudo que sinto,Não caberia em ti tanta emoção.Talvez, rejeitarias tantos devaneiosQue carrego no angustiado coração. Como és bela, como me tocas!Como carregas tanto charme em si!Meus ombros pesam quando lembro de ti,Do teu lindo riso de dama misteriosa,Do doce encanto de tua voz,Das curvas que entrelaçam a aurora. Escrevo a ti estes versos ilusóriosPara eternizar este fogo escondidoNas paragens do vasto enredoDeste labirinto infinito… Itacoatiara-AM, 22 de

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Mulher ardente

Tens os lábios macios, largos,Tão doces quanto o mel,Com a impureza dos teus laçosDo açoite que tens sobre o céu. Teus cristais brilhosos, curvilíneosComo os montes dos teus cabelos,São como ferozes redemoinhosQue intensificam meu desejo. Quero navegar em teu abismo,Quero desvirginar teus pensamentosComo se fossem vastos trilhosQue me levam ao relento. Tens o olhar pequeno, com grandesSensações ardentes de volúpia;Em tuas feridas sensíveis e vibrantesQuero pôr infinitas gotas de ternura. Itacoatiara-AM, 21 de dezembro de 2021.

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Mulher sensual

Mulher sensual,És a fonte da libidoDe todos os seres mentaisQue habitam em minhas mãos;Com todos os deveres carnais,Com todas as intensas paixões. Mulher sensual,És perigo nas noitesQue derrapam no veludoDe meus imensos murmúrios;És dama que faz de escudoTodos os sentimentos impuros. Mulher sensual,Sinto-me defronte aosCaprichos de teu riso,Tão confuso como o mel,Tão ardente quanto o fogoQue encontro no paraíso. Mulher sensual,Toca em mim comoToca-se no luar brilhante.Deixe que eu conheçaTeu instinto provocante,Teus olhos, tua profundeza. Mulher sensual,Oh! Mulher que me tens!Como quero te enlaçarCom o açoite do delírio!Como quero te amar,Quero-te como abrigo! Itacoatiara-AM, 17 de dezembro de 2021.

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No cais da paixão

O tempo ruiu dentroDas sombras desiguaisDo ardente coração. A estrela sumiuDo céu despedaçadoNessa ilusão. O pranto caiuComo se fosse chuva,Como se fosse em vão. E em sonhos fugiuPara o amor ancoradoNo cais da paixão. Itacoatiara-AM, 26 de dezembro de 2021.

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Noite formosa

Não a vejo com seus tons de abismo,Apenas com as estrelas de sua tezTranslúcida sob o céu de eufemismo. Vejo-a submersa na palidezLouçã do luar mais triste,Inda que escondida na solidez. A manhã renasce sobre seu rostoCom a melancolia delgada aos olhos,Olhos que se unem a meu ser aflito,Mesmo que em destroços. Olhos que desmaiam em teu luar,Tais como a ventania na tempestadeQue encontra seus retalhos no ar,Inundando-se ao fim da tarde. Um clamor enaltece em teu seio,Em tua alma de dama misteriosaRumo à boemia das estrelas,Omitindo teu frago da noite formosa. Itacoatiara-AM, 20 de junho de 2022.

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Penso em ti todas as noites

Penso em ti todas as noites,Penso em ti de maneira intensa,De modo que não consigoPensar em mais nada,Com a alma tensa… Até quando não penso,Penso em ti como um louco,Como um desesperado meninoEncarcerado nas lágrimasDe um grito rouco. Penso em ti contraditoriamente,De modo inequívoco,Sensual e tão impuroQuanto as larvas do vulcãoOnde me sinto seguro. Todas as noites te vejoNua no luar dos meus olhos,No céu do lábio aflito,Nas mãos cheias de ternuraA saciar teu imenso delírio. Todas as noites imaginoQuão doce é teu gemido,Quão afiadas são tuas unhasA perfurar minhas vestesComo se fossem martírios. Oh! Vênus que me parte em dois,Não me faças de escravo eternoDesse teu corpo inexistente,Que me mostras na madrugadaDe modo tão insistente. Como será tua face estrelada?Como será tua leve mordidaNos lençóis do amanhecerQue me vestem amargamentePor todo o doce fenecer? Penso em ti todas as noites,Em todos os sonhos confusos,Em todas as veias soltasPelo ar,

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