Sequer conheço teus olhos,
São negros, claros, de mel?
Sequer sei se brilham,
Sequer os vejo no céu.

Vejo-te de longe, translúcida
Como a aurora do silêncio.
Perco-me no riso calmo
De teu semblante no vento.

Vejo-te leve como a folha
Que paira nos campos,
Como a seduzir a nódoa
Da pequena chuva de prantos.

Prantos de meu rosto tingido
Do vasto abismo que, ao vê-la,
Embebe-se do doce delírio
De, lentamente, tê-la.

Itacoatiara-AM, 21 de março de 2022.

 
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