Quando me olhas lentamente
Sinto o fogo congelar aqui dentro
Como se fosse a morte que, de repente,
Traz um esboço de sua pele desnuda
Pelo véu de sua palidez tão quente.
Olhos profundos de desejo solitário,
Gestos tímidos a acariciar seus cabelos,
A boca trêmula com as vozes mudas
Quase a imaginar o toque dos dedos
Levemente invadindo sua luxúria.
Suspiros tempestuosos, olhar submisso,
Quase não disfarça o que imagina,
Quase transborda o gemido interno…
E assim o mel escorre pelos lábios
A implorar que lhe possua feito vadia.
Itacoatiara-AM, 18 de fevereiro de 2022.