Estou perdido nesta lágrima que caiu
Diante da minha face desanimada,
Diante do meu corpo desfalecido
Que se desfez diante da alvorada
Inventada no passo empalidecido.

Desconheço-me entre as cinzas,
Abrigo-me na solitária alma
Onde escrevo meus pobres versos
Famintos pela corrente amordaçada
Dos vazios que se perdem no deserto.

Desconstruo-me, alheio, diante
Ao intenso calor da tristeza
Que se desfaz no calmo veleiro,
Na simplória onda da natureza
Que se encontra no abjeto desespero.

Itacoatiara-AM, 10 de fevereiro de 2022.

 
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