A solidão que mata

A solidão que mata é a mesma
Que cega em dias floridos
Quando, em companhia
Das flores mais perfumadas,
Perde-se o aroma do dia.

Perde-se assim o encanto,
O esmero das coisas simples,
O diálogo entre si e o nada
Pelo vale tempestuoso e longínquo
Do abismo que abraça a alvorada.

Perde-se assim a calma constante,
O luto pela companhia solitária
E derradeira do pranto esquecido,
Das vozes tumultuadas e onipresentes,
Do coração ilusório e empalidecido.

Itacoatiara-AM, 17 de dezembro de 2021.

 
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