Loucura X
Já não sei o que esse miserável corpo abriga, já não sinto as manhãs de verão, nem as de inverno, nem as que me esqueço; tampouco as que lembro. Voluptuosamente expostas na alma, estão assim, sem fogo, sem imã, as subcamadas iludidas da minha mente. Aguardo perante a revestida onda de devastação, os resquícios meus de verdade, de liberdade… onde eu não precise andar mais tão triste sem motivo algum, tendo ao menos alguma hora para gozar dos prazeres da vida, de preencher o vazio impreenchível da amargura. Essa tristeza que me enluta é a mesma que consome meus demônios mais profundos, minhas mágoas mais submersas, meu oceano disperso na fagulha inexplorável do sentimento; é a mesma que me acompanha no vale da sabedoria, no abismo da ignorância. Essa tristeza afaga meu ego, corrobora com meus versos sem sentido, sem reflexo do que deveras deveria sentir. Embora isso, essa tristeza