Acontece que às vezes temos ideias boas, mas nos perdemos em nossos próprios pensamentos. No poema acima narro, de maneira mais poética ainda, a solidão que corre nas veias mais profundas de um poeta. Contudo, escrevo possibilidades, tristezas em vão.
Escrevo, sobretudo, do medo de ser esquecido. Afogo-me em lágrimas quando, olhando ao horizonte, não consigo ver futuro algum, apenas as desesperanças desesperadas e acorrentadas.
Tenho que puxar do fundo da alma, da introspecção mais inevitável, com todas as forças do destino, a possibilidade de conseguir todos os objetivos. Há quem diga que é pessimismo. Há quem diga que é pouca fé. Como pode ser sem fé algo tão insistente? Como pode ter pessimismo algo tão realista? Como podem tantos contextos?
Tenho medo de um dia perder as forças, de sucumbir aos caprichos humanos, sempre a procurar atalhos. Não quero ter uma trajetória reduzida, onde não possa construir meus próprios castelos, minhas próprias ilusões e, principalmente, meus próprios aprendizados.
Sou, entretanto, o que escrevo. E o que escrevo? O que sinto. E o que sinto? Tudo. E o que é tudo? Às vezes nada, talvez por não significar apenas sensações, mas mudanças.