A cada instante me vejo perdido, a cada sensação me vejo sem trilho, trilhando a morada do que desconheço, desconhecendo a enseada do que me desfaço, desfazendo-me na escadaria onde me refaço. Anseio pelo dia em que me reconheça, que veja em mim o que vejo em quem admiro, que sinta por mim metade do amor que acho que possivelmente tenho. Este amor, portanto, libertará meu desgosto.
Anseio pelo dia em que conseguir chegar ao mais íntimo, ao mais palatável sentido humano; anseio pela vida e pelo devaneio da poesia que está presente em minhas entranhas. Quiçá, anseio pelo dia em que a poesia sente-se à mesa junto ao jantar, em que a poesia seja retratada de maneira fiel em séries, novelas e vídeos diversos. Anseio que autores independentes e desconhecidos possam desprender-se de uma vez por todas das cordas que amarram o crescimento de suas carreiras.
Anseio ser inspiração a quem precisa, a quem chora, a quem quer morrer de amor, ou talvez, de tristeza inexplicável. Quero fazer de cada sentimento, poesia, de cada dor, melodia e, quem sabe, de cada sofrimento, inspiração. Quero, ao menos uma vez na vida, conversar com pessoas como eu, que desejam crescer, mas crescer com as próprias convicções e com o próprio talento, com qualquer talento que exista.