Ser intimista é colocar ao mundo todos os seus segredos de escrita, o que mexe com suas emoções. Ao menos hei de tocar um pouco em teus sentimentos, ao menos hei de descrever diversas características tuas que se assemelham com as minhas, das mais infantis às mais maduras, às mais reflexivas.
Explodindo por dentro, decido transbordar ainda mais o que sinto, o que minto, o que fujo, o que imagino, o que eu… o que eu hei de ver daqui a alguns minutos, o que hei de ser daqui a alguns anos, talvez a alguns minutos mal contados. Quiçá, como fruto do que inventei, quiçá como armadilha do que decidi despertar dentro de minha exorbitante solidão.
Às vezes chego a pensar que não sou suficiente, que me falta algo. Não sei exatamente o que falta, mas ao dormir, sinto um vazio por dentro. Esse vazio, por sua vez, não tem motivos, mas existe, e é tão sincero quanto a rosa que perfuma os campos.
Dessa forma, deleito-me em inúmeras probabilidades, em diversas imagens que me vêm à cabeça. No fundo, queria ser conhecido pelo que faço, queria tocar a alma das pessoas com o que escrevo. Seja quem for, cantor, compositor, escritor, pintor, escultor, há apenas um objetivo: ser reconhecido pelo seu trabalho.
Um poema, um conto ou uma pintura nascem como um fruto inconsciente. Primeiramente, sempre há um tema específico a se abordar, depois, a imaginação que tem-se diante a esse tema. Depois, pensa-se no que se sabe deste tema. Depois, expõe-se características, qualidades ou uma opinião sobre o tema. E é assim que nasce a maioria das obras, onde a inspiração faz-se presente junto à criatividade de quem a explora.
Quando tudo é sincero, sentimos a mensagem do que tentamos passar. É como uma experiência experimental profunda. Conectamo-nos com nossa essência ou com a essência do artista, e é algo mágico. É tão bonito quando dá pra se entender a mensagem de uma obra, é o ápice do contato com a mesma. É como se descobríssemos seu segredo, como se tocássemos em seu íntimo e falássemos com seu consciente.
