Consigo lembrar dos tempos de escola, alguns jovens perdidos nos próprios prazeres e descobertas da juventude; outros preparando-se para serem o “mais do mesmo” do universo dos iludidos; outros preparam-se para ter destaque nas suas vidas, no seu trabalho, seja o que foram fazer.
Não me incluía em um padrão robotizado. Sempre fui o poeta incompreendido, antiquado, “retrógrado”, dentre outras taxações absurdas. Sempre fui sozinho, e os poucos “amigos” que considerava sumiram no fim do ensino médio.
Nesta época, lembro-me do tédio bisonho que me acorrentava na sala de aula. Ao menos lembro que nos momentos de solitude, na hora do recreio, escrevia dois a três poemas que resumiam o estado do que estava sentindo. Sempre conectava alguma melancolia até nos temas mais alegres.
Não sei se é tolice ou personalidade, mas sempre gostei de ver mais poesia nas coisas tristes que nas coisas alegres. A tristeza deriva uma grande confusão, parecendo nebulosa, mas tem em si um arquétipo muito bonito, sublime. Traz calma, reflexão, pensamentos e energias que tendem a nos evoluir ainda mais, ainda menos para quem não a conhece.