Ah! Solidão abismática que se encontra em meus poros. Como não pude encontrá-la antes? Agora vejo que estás apegada a mim como um espelho, o espelho da alma. Eu sei que a solidão é o espelho da alma, mas eu não sabia como refletias tão bem!
Penso assim, como um veleiro solitário no rio caudaloso, como um instante perdido no espaço, como uma voz inócuo e muda que flutua em meus pensamentos mais sombrios, em minhas vontades mais frias, em meus ardentes sentimentos perante a face da melodia.
No ambiente de minha subcamada, evoco os sons mais melodiosos do ser. Da sinfonia às sonatas de Beethoven, dos prelúdios aos noturnos de Chopin, avisto-me sublime como se fosse perfeito. Os versos fluem, as paredes deslocam-se, o pensamento sobrevoa o arco-íris. A tristeza continua escancarada em meu rosto.
A dor é uma das únicas forças que me acompanham desde pequeno, pois que para ser forte precisei edificá-la, até passar a amá-la, no caso. De fato, é incessante quando quer carinho, é atordoante quando está com raiva; é a dor que se alimenta das impurezas da alma.