Loucura II

Deito-me, respiro um pouco, e logo novas ideias surgem como se fossem o último fragor de inspiração. Os suspiros poéticos inundam minhas veias, é meu momento sublime de poeta, ao menos com pseudoversos que podem manter-me vivo como um defunto cheio de saúde.

Pareço ingênuo, mas sou sincero, tão austero quanto as mágoas insanas de um louco. Às vezes sinto que sou único; às vezes guardo comigo toda filosofia, toda racionalidade rasa do mundo. Mas chega um momento que não me reconheço, que me entrego ao desejo como um louco desvairado, como uma enchente vazia por dentro.

Quando me desconecto do mundo, escrevo sem pensar em absolutamente nada. Apenas exponho para fora minhas dores, meus amores, meus planos, meus enganos, meu tudo, meu nada. Entrego-me totalmente à folha de caderno ou ao teclado sujo do computador. Tudo é intenso, é real, é profundo. Se for pra ser pueril, mas antes perder-se no deserto e morrer desidratado, desconjurado diante ao próprio ser. Mas se for pra ser verdadeiro, nem sempre há de ser racional, nem sempre hei de resgatar severas explicações para conjecturar o óbvio.

 
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