Este livro retrata muito bem um desabafo, um texto corrido que flui os pensamentos. Escrevo aqui como se estivesse em uma conversa normal. Converso aqui com minhas ideias, meus desertos, minhas tempestades, minhas angústias e, sobretudo, com minha doce essência.

Às vezes não conseguimos demonstrar o que sentimos em gestos, mas as palavras esmagam essa possibilidade e descrevem tudo o que está acontecendo, tudo o que deveria acontecer e tudo o que aconteceu e o porquê lhe afetou dessa maneira, às vezes tão intensa.

Decerto, a loucura germina em mim, e traz o intimismo, as possibilidades irreais, os amores inúteis por coisa nenhuma. Essa loucura cria vários universos, vários personagens, várias experiências: desde as mais simples às mais complexas, que nem sequer podem ser citadas.

Converso aqui com um leitor farto de enredos clichês, de frases de efeito, de qualquer coisa que não tenha originalidade. Como um autor independente, estou completamente livre de conchavos literários, de prisão a um único estilo.

Uma loucura que complementa a outra

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Capítulos

Apresentação

Olá, caro leitor! Este é o meu oitavo livro. Não sei ao certo em que categoria o mesmo se encaixa, mas tenho uma plena noção de que terá algo a ver com as prosas poéticas.Contudo, retrata muito bem um desabafo, um texto corrido que flui os pensamentos. Escrevo aqui como se estivesse em uma conversa normal. Converso aqui com minhas ideias, meus desertos, minhas tempestades, minhas angústias e, sobretudo, com minha doce essência.Às vezes não conseguimos demonstrar o que sentimos em gestos, mas as palavras esmagam essa possibilidade e descrevem tudo o que está acontecendo, tudo o que deveria acontecer e tudo o que aconteceu e o porquê lhe afetou dessa maneira, às vezes tão intensa.É válido citar que nada aqui está raso, nada aqui é pra chamar atenção, nada aqui é pra construir frases de efeito, sendo totalmente sofista para parecer sábio. Não! Escrevo aqui um desabafo real em

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Loucura I

Deito-me não por um só instante, extasiado pelas lamúrias da penugem de meus trapos estilhaçados pelo chão, à mercê de meus demônios tenebrosos, junto aos cacos inertes de meu coração, covarde, concatenando às cinzas seu pudor miserável e triste; e sem a mínima vontade de continuar vivo, esboça-me ao chão como um sinal. Sinto como suor da agonia, minha sombra agoniada nas paredes do quarto frio e escuro: estilhaçado, esbranquiçado como uma pena branca do pássaro servil, da morte branda que assenta a névoa do espaço. Sentado à cama, à janela, um leito no horizonte, hórrido, atordoante como o laço confuso da vida, como uma mensagem de um bêbado na fumaça de cigarro; como a esperança da meretriz em ser única em tantos braços. Sinto-me triste, desconexo, como se fosse feito em migalhas do que não sou. Hei de ser o que desejo? Hei de confortar-me com o que tenho?

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Loucura II

Deito-me, respiro um pouco, e logo novas ideias surgem como se fossem o último fragor de inspiração. Os suspiros poéticos inundam minhas veias, é meu momento sublime de poeta, ao menos com pseudoversos que podem manter-me vivo como um defunto cheio de saúde. Pareço ingênuo, mas sou sincero, tão austero quanto as mágoas insanas de um louco. Às vezes sinto que sou único; às vezes guardo comigo toda filosofia, toda racionalidade rasa do mundo. Mas chega um momento que não me reconheço, que me entrego ao desejo como um louco desvairado, como uma enchente vazia por dentro. Quando me desconecto do mundo, escrevo sem pensar em absolutamente nada. Apenas exponho para fora minhas dores, meus amores, meus planos, meus enganos, meu tudo, meu nada. Entrego-me totalmente à folha de caderno ou ao teclado sujo do computador. Tudo é intenso, é real, é profundo. Se for pra ser pueril, mas antes

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Loucura III

A melodia da chuva apalpa-me os ouvidos, sem vinho, sem cerveja, sem cigarro, sem vício algum. Apenas necessito de silêncio para apaziguar meus ânimos “inapaziguáveis”; apenas necessito do sussurro das gélidas estrelas para viver sem mendigar inspiração. Lá fora, a névoa escura ecoa sobre o ambiente e me vejo diante a um atônito sentir desesperado. À esquina, vejome em partes desiguais: uma a chorar no espaço, outra a chorar no céu. Caminho pela escadaria do que nunca vi, e sob o luar, sentome às nuvens macias. Não há ninguém ali, não há ninguém à espreita da janela para me ver livre. A alegria dura pouco, como em milimétricos segundo estilhaçados no papel. Neste momento, um anjo triste aparece no horizonte, e se aproxima de mim como a pedir piedade dos próprios atos. Abraço-lhe, e lhe falo como míseras palavras o que estou a sentir, o que penso sentir, o que

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Loucura IV

Há no interior de cada um de nós a bondade ou a maldade que nos faz automaticamente afastar-se ou aproximar-se das pessoas. Às vezes, pela incompreensão de certas palavras, tornamo-nos um personagem, um espantalho às mentes mais suscetíveis ao erro ou ao pedantismo da interpretação inválida de uma pequenez risível. A solidão desfolha cada parte pútrida do ser humano. Por insegurança, muitos veem algo negativo na solidão, mas para mim ela é uma amiga, e está presente comigo em cada ato, em cada verão, em cada inverno, em cada primavera. É a solidão inspiradora quem me mantém de pé, simplesmente a navegar pelo cálice de minha própria vida. Faltam-me amigos, talvez por ter uma mentalidade diferente, ou talvez por ter alguma mentalidade. Na desnuda noite, enquanto outros entregam-se ao bucolismo, entrego-me à solidão da madrugada, à solidão de meus versos, à solidão de um pensamento que me torna um ser

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Loucura V

Ah! Solidão abismática que se encontra em meus poros. Como não pude encontrá-la antes? Agora vejo que estás apegada a mim como um espelho, o espelho da alma. Eu sei que a solidão é o espelho da alma, mas eu não sabia como refletias tão bem! Penso assim, como um veleiro solitário no rio caudaloso, como um instante perdido no espaço, como uma voz inócuo e muda que flutua em meus pensamentos mais sombrios, em minhas vontades mais frias, em meus ardentes sentimentos perante a face da melodia. No ambiente de minha subcamada, evoco os sons mais melodiosos do ser. Da sinfonia às sonatas de Beethoven, dos prelúdios aos noturnos de Chopin, avisto-me sublime como se fosse perfeito. Os versos fluem, as paredes deslocam-se, o pensamento sobrevoa o arco-íris. A tristeza continua escancarada em meu rosto. A dor é uma das únicas forças que me acompanham desde pequeno, pois que

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Loucura VI

Desabafo todas minhas dores ao escrever, visto que estão contidas em meus versos, em minhas palavras, em meu olhar, em minha entranhas, em meu tudo. Quiçá, esteja pendura no varal das emoções; quiçá, grudada nas paredes áridas das lembranças que persistem em perturbar minha calma a todo instante. E nisso, desabafo ainda mais quando estou triste, e mesmo quando finjo uma dor que de fato existe. Embora não haja perigo à vista, quer no que a tem, quer no que a crucifica: Há uma corda entre o real e o irreal, entre a vida e a morte, onde está contido o futuro inesperado. Sendo assim, quase enfim, seus traços corrompem meu ego. Nas sombras da pálida noite, sublime como a aurora, firme como a terra, tendo a estar à beira do abismo, à espreita da morte, à luz da eternidade. Porém, ao desabafar todas minhas dores, avisto (mesmo que nas

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Loucura VII

Assim como existo em dias onde não posso existir, assim como persisto onde não posso persistir, assim como desisto do que não devo desistir… e assim como escrevo o que não posso sentir… quem sabe apenas uma vez não deva ser sincero demais, sentimental demais, tendo que esconder-me perante as mesmas gramas onde possivelmente desenharia, tendo que querer algo que antigamente não quisera, tendo que deixar a vida fluir. Quisera eu ter a mesma frieza dos outros, quisera eu plantar-me, para reluzir ao ambiente paz e oxigênio, quisera eu poder ser eu mesmo, quisera eu poder ser personagem de mim mesmo. Mas acontece que não posso disfarçar, não posso deixar de expor a ninguém o que sinto em tudo. Às vezes nem me surpreenderia caso sumisse e as coisas melhorassem em meu entorno. Ou talvez, antes que debulhasse os anagramas sentidos, nem me importasse com sua essência, com seu drama.

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Loucura VIII

Sou poeta, sou fingidor de dores existentes. Costumo dizer que de meus textos surgem poesias, de minh’alma surgem campos floridos e dispersos. Pra ser poeta, preciso ser sincero; pra ser poeta, preciso reluzir verdade em todos as estrofes, a cada verso, a cada palavra indizível aos lábios sinceros. Pra ser poeta não precisa apenas sentir uma dor demasiada a cada segundo passado, mas saber que o mesmo representa alguma ilusão. Decerto há-se de ter uma angústia inacabada, quer seja na noite, quer seja na madrugada. Primeiramente, há sempre em vista uma moça a suspirar com os mais lindos poemas apaixonados e, com os versos inacabados, há sempre uma flor apagada. Porque dentre os devaneios de verão, ainda que haja devastação, há sempre um pálido olhar a encruzilhar cada morada. Depois, há-se que amar em pensamento, cada dia, cada hora, cada momento. E na hora iludir-se em derradeiro pranto, não apenas

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Loucura IX

Deixa ser assim. Se for pra chorar, que chore; se for pra ser intenso, que seja; se for pra ser depressivo, que morra. Que seja tudo verdadeiro como um pôr do sol, ou nada como a escuridão que rodeia o bosque. Se quiseres a mim, que me queiras como único; se quiseres a outro, não há sequer problema evidente. Apenas não venhas a mim quando porventura vier um arrependimento, ou as lembranças de algo que nunca existiu. Algo que não existe é algo que não se lembra, algo que não se discute, algo que percute perante as comportas do tempo. Certa vez tive um sonho tão real, mas tão real que não se concretizou, e fico me perguntando se não era um delírio de minha pobre mente. Às vezes paro no tempo, lembro do passado, penso nas possibilidades futuras, e tudo parece tão duvidoso. Será que vou conseguir? Será que

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