Com 50 poemas escolhidos pelo próprio autor, esta antologia representa um pouco sobre o infinito universo literário e poético do mesmo. Foi criado para ser uma espécie de vitrine a novos leitores.

Abraão Marinho, escritor, poeta, cronista e contista reuniu em um único livro um pouco de seu modo de escrita. O autor de 19 anos, que até o momento tem 6 livros, lança agora a sua sétima obra.

A poesia está presente em 5 dos seus livros. Sendo assim foram tirados 10 poemas escolhidos a dedo para a melhor participação nesta antologia.

Os poemas selecionados contrastam vários sentimentos, contendo poemas de amor, poemas de tristeza, poemas reflexivos, poemas sociais, dentre outros estilos destacados por Abraão.

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Capítulos

Isolado

Estou isolado,Ninguém entende o que digo,Nem o que quero dizer.É inteligência ou burrice? Estou isolado,Minhas ideias conservadasParecem extremas demais,Mas já estão acostumadosE não cansam das migalhas. Estou isolado,Deturpam até o que não digo,Depois veem a realidade,Mas como numa mágicaTudo some tudo em perigo! Interpreta-se o que convém,Até que convencem a outras pessoasQue meu pensamento é imoral,Mas o destino leva-as à escuridão. Estou isolado,Não estão prontos para a verdade,Nem para o que fundou a liberdade,Apenas para quem a prende, isolado. Nada mais importa. Itacoatiara-AM, 30 de agosto de 2018.

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Liberdade interior

A tua inconsciência progressivaConta a versão nova da velha história,Quanto mais fingires o que és,Mais arrastarás os contos de si mesmoPara a simetria de engodos cruéis. A tua empáfia e egocêntrica análiseDá aos pobres o direito de serem mais,Sustentados pelo próprio fingimento,Ociosos, seres rastejantesQue não crescem jamais. A tua falsa caridadeEnriquece os mais autoritários,Por mais que enganes com migalhas,Por mais que mintas à maioriaA ti mesmo cairá os pesos das falhas. A tua inconsciência progressivaCega à tua concepção de mundo,Por mais que finjas ser do bem,A quem entende tuas raízes,A máscara cai em menos de um segundo. A histeria coletiva falsáriaNão te ajudarás a ter confiança,Nadarás no mar mais profundo,Correrás na praia mais distanteE quando chegares te verão como imundo. Teu debate em frente ao espelhoSe resumirá em ecos no cemitério,Teu bom mocismo vermelhoAgora deixará um som inquietoDo subconsciente em grande desespero. Sem saberes o que fazeVais a ti mesmo

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Mais que um sentimento

Tu estás deitada sobre as nuvensNo veludo de minha poesiaPara sempre, até agora ou depoisEm tempestades e raios de ventania. Quero agradecer-te por partilhar este mundoDeixando-o mais próximo do paraísoCom as lágrimas celestes pairando sobre tudo,Sobretudo sobre o emblema do sorriso. Tento encaixá-la no espaço mais profundoQue o coração já pensou em quase ter,Mas não há espaço suficiente à vistaNem nada que poderia tentar preencher (nem as profundezas do mar,nem o tamanho do infinito,nem a aparência do arnem a segurança de perigo) O modo em que as estrelas do invisívelVisitam-me à tua esbelta presençaNavegando sobre o cálice sensívelEm busca dos ramos de tua beleza. Espero que tu acordes agoraE perceba o que sinto por tiPara satisfazer a solidãoQue sem amor gera em mim. E assim, descanse sobre meus braços,Nas carícias que somente a vontadeExalta o fogo escondido nos traçosExalados na tua perene serenidade. À noite: a interação de meu serCom

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Não aguento mais

Não aguento mais este mar de sangue,Tantas pessoas que perdem sua essência,Tantas culpas e desculpas a tudo,Porque inocentam o real culpado. Criminalizam todos os inocentesSó pra sentir o gosto da própria maldade,Politizam ou ridicularizam mortesE eternizam a de quem convém. E o silêncio dos bons é a armaE a munição única dos maus;Crianças são assassinadas sem motivoE isso é aplaudido e aclamado como lei. Armas em mão sangrentas matam,Mas em mãos com a luz e a transcendênciaQue reverbera intimamente à alma é defesaQue os hipócritas não veem por amarem o errado. E a banalização da vida é cega e surda,Entra na mente mais fraca e vitiminsta,Eis a razão unânime para qualquer atrocidade,Quem não pensa, morre e mata por ser egoísta. Não aguento mais esta loucuraDisfarçada de uma fase da adolescência,Podem destroçar e triturar os justos,Mas o culpado será os que têm decência. E as trevas vêm com o auxílio da

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Não sei o que houve

Não sei o que houve,Apenas ouço, relutante,Os últimos vestígios da dorDesvirginando meu peito. Não sei o que houve,Aquela cor atônita e dançanteAgora está incolor e escura,Como se estivesse distante. Não sei o que houve,O céu reflete a amarga chuva,Que parece perfurar meu rostoComo o infinito espinho. Não sei o que houve,O espelho, opaco e sombrio,Ecoa as lágrimas lentamente,E num segundo desfigura o riso. Não sei o que houve,As estrelas brilham com tristezaRevelando o outro lado da lua,Tão perto e presente do nada. Não sei o que houve,Vejo-me na tortuosa moradaOnde estão meus íngremes segredos,Dicotômicos à solidão da madrugada. Itacoatiara-AM, 22 de março de 2020.

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Não sou perfeito

Não, eu não sou perfeito.Não porque alguém me diz,Ou porque eu seja humano,Ou porque tudo seja relativo,É porque há um eterno engano. Quando eu olho pro horizonte,Nem sempre vejo uma luz ofuscada;Às vezes vejo um relógio calmo,Angustiado com a pressa das horas,Com o peso de seu embrião cortado. Quando eu passo pelo subconscienteSei que na esquina há um pensamento,E mesmo cansado, ele me alcançaE seu abraço é tão apertado, um lamento;É porque, mesmo sem por que, há confiança. Não, eu não sou perfeito.Não porque a imperfeição me tenha,Ou porque eu esteja cansado deste mundo,Ou porque a tristeza invade bem no fundo;Há um cemitério de silêncio que grita. Quando a noite desce em meu quartoAs paredes gelam, e pela janelaVejo o reflexo do que não existe;E um pouco embaçado, o solstício da luaDevora meus versos, em soluço, insiste. Não, eu não sou perfeito.Não porque minh’alma está rabiscada,Ou porque meus pecados me

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O que restou da poesia

Nas manhãs ensolaradasEu costumava escrever,Costumava dizer nada,Até o doce entardecer. Olhava para o horizonteNessa manhã irradiante,Contemplava o monteDas cinzas do diamante. Costumava me perderNas trilhas da esperança,Os sonhos estavam a lerAs veredas da confiança. Minhas vestes despidasNas doses da escuridão,No abismo da convalescida,Aurora da calma devastação. Meu peito estava despedaçadoNa tempestade que passou,Agora do gosto doce e amargo,Apenas o insípido restou. Inundaram meus anseios,Esqueceram de meus sentimentos,O que é superficial virou o esteioPara quem há dias estava sofrendo. Disseram-me que não importavaBuscar a perfeição do dia,Eu triste, apenas discordavaE juntava o que sobrou da poesia. A poesia que me consolavaE escutava todas as agonias,A poesia que até gostavaDaquela forte ventania. A poesia presente nas pinturasTrazendo traços da mente,A poesia sem validade, que duraAté a eternidade, brevemente. A poesia que vinha das águasTrazendo as cachoeiras do encanto,A poesia que vinha da alma,Que trazia seu desabafo no canto. A poesia que iniciava

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O último poema que restou

As aves vagueiam pelo pútrido ar lentamenteE o pobre homem, com o cigarro apagado,Olha para a névoa do bar obscuro e vazio;Um velho amigo o olhava quase perplexo,Quase a banhar-se em seu outro desvario:“Por que não põe a proteção em teu rosto?”Disse em tom ameaçador, quase a chorar,Sem nem ao menos perceber que seu rosto jáNão existia mais como nos tempos antigos. O dia não parecia clarear, as pessoas andavamQuase sem alma, sem sentido, sem emoção…Movimentos computadorizados, medrosos;Parecia que não podiam desabafar, e umSimples aperto de mão parecia de outro mundoJunto com as vozes mudas e carcomidas, semExpectativa, sem horizonte; bastava o choroDas crianças, o grito dos pássaros, o tom áridoDas rochas frias a sombrear a rua sem vida. O filho chamava por vezes seu amado pai,Mas o pai já não existia, banhado da securaDa fome extrema e desgraça que abateraOs seres mais inexistentes a olho nu;As avenidas, antes cheias

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Página atualizada

Nas linhas da estradaO segredo confessaAs lembranças alteradas. Meus desejos andam friosNa solidão dos oceanosE no correr dos rios. A saudade reflete os raiosQue transmitem a tristezaNos alpes da atroz destrezaDa natureza em ensaios. O esplendor das lágrimasSai em caminhos opacosOcupando novos espaços,Renovando velhas páginas. Itacoatiara, 28 de janeiro de 2018.

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Pandemia do medo

Há uma força que transcende,E dessa força, a ilusão ou a realidade;O universo caminha à trilha que o prende,O que lhe é dito não é nem a metade. O medo é a arma mais potente,Cria um personagem ou um espantalho;Cria um mundo onde tudo é colorido,Tudo é para o bem, tudo é sagrado. Mas o que não é dito nos jornaisÉ que o que está sendo consagrado é imoral.Há alguém acordado e ao falar aos demaisÉ louco, conspirador, um animal. Tudo tem que vir da base estatal,Tudo é posto na mesa, na televisão, na mente;Dias de escravidão disfarçada de segurança,Campo de concentração em hospital. Dias passarão e decidirão quem é doente,Irão em sua casa e ninguém mais o verá;A máscara da covardia é cortina de fumaça.Como gado, muitos nem questionam, por que será? Chega de servidão aos senhores das sombras,Chega de autoritarismos, governo mundial.“Guerra é paz, liberdade é escravidão,Ignorância é

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