Antologia Poética I

Com 50 poemas escolhidos pelo próprio autor, esta antologia representa um pouco sobre o infinito universo literário e poético do mesmo. Foi criado para ser uma espécie de vitrine a novos leitores.

Abraão Marinho, escritor, poeta, cronista e contista reuniu em um único livro um pouco de seu modo de escrita. O autor de 19 anos, que até o momento tem 6 livros, lança agora a sua sétima obra.

A poesia está presente em 5 dos seus livros. Sendo assim foram tirados 10 poemas escolhidos a dedo para a melhor participação nesta antologia.

Os poemas selecionados contrastam vários sentimentos, contendo poemas de amor, poemas de tristeza, poemas reflexivos, poemas sociais, dentre outros estilos destacados por Abraão.

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Capítulos

É preciso

É preciso luz para escurecer,É preciso cinzas para descansar,É preciso trevas para amanhecer,É preciso ilusão para inspirar. É preciso amargor para endossar,É preciso pedras para construir,É preciso abismo para sonhar,É preciso erro para instruir. É preciso solidão para recordar,É preciso tempestade para florescer,É preciso deserto para respirar,É preciso verdade para compreender. É preciso profundeza para interpretar,É preciso morte para transcrever,É preciso derrota para ganhar,É preciso amor para sobreviver. Itacoatiara-AM, 12 de setembro de 2019.

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Entardece a poesia

Olhando para o triste refletirEm frente ao espelho de abismo,Vejo-me sobre as nuvens a surgirDiante de meu coração lírico. E assim que o vento paira no soluçoDo leve rio que vai cantando,O verso de agonia torna-se mudo;Torno-me parte de meu pranto. Um tanto a flutuar no céu,Meu corpo paira quase distante,E diante ao ciclo deste amargo véuTorno-me, em um minuto, pensante. E assim que suas vestes inundamParte de meu ser inexistente,Este mesmo rio navega na verveDeste verso que despertou, finalmente. Olhando para o submundo do arVejo-me no infindo planoDeste mesmo segundo a sonhar,Neste mesmo vestígio de engano. E o pranto, mesmo a suspirar,Ainda se encontra no largo peito;Soa-me feito um lânguido amarQue se perdeu ao achar-se imperfeito. E a poesia vem, ao monte, surgindo;Seu abraço me sufoca a alma,Sua voz acorda o incolor ímpetoE acalma a mais sublime mágoa. Assim, reflito-me em suas águas,Como uma desvairada treva ao dia;Atiro-me nesta

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És minha contra-agonia

Estás diante de meus olhos afãsDe olhar-te e nada poder fazer,Chegou a hora do luar preencher a noite,Do mar inundar o eufórico ser. Estás a convidar-me para conhecerO obscuro do hipnotismo lúcido,O gosto do mel que deságua nas flores,A límpida gota da chuva que deságua nas nuvens. E quando o eco do agrado soou no horizonte,Quando o suor adentrou no solo faminto,Quando as vozes mudas do silêncio declamaramO grito de um momento alçado no instinto. Quando miragens transpassaram as estrelas,Quando os campos desérticos colheram o amor,As tardes tiveram um encontro com a madrugadaE originaram um dia nublado, cheio de vácuos escondidos. Quando o espelho reverberou o esboço deste momento,Quando milhões de pensamentos furtaram num segundoO sentido que não é normal de se ter num século,Estiveste pregada nos lençóis que protegem o veludo. Estiveste na raiz que nasceu do apogeu de minha contra-agonia. Itacoatiara-AM, 17 de fevereiro de 2019.

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Escassez sentimental

A emoção é migalha do açoQue perfura as bases sentimentais.É uma gota de sentido escassoQue percorre os passos mortais. Não há conversa nem harmoniaNessa treva em meio à luzQue oscila, às vezes alegria,No obscuro triste que a induz. As névoas partem aos raiosQue soltam luzes de medoAos singelos partos de fiosPresente na força dos enredos. No jejuar do pensamentoPérolas de amor se vãoNas correntezas do ventoE no fervor da estação. É como se as florestasPerdessem suas vidasE as flores em festasComemorassem sua ida. É como se o arco-írisEstivesse esmagado ao chãoImplorando às suas coresUm pouquinho de atenção. O choro alivia a dorQue grita no coração,Com grades de fervorE cárcere de explosão. A rotina continua lentamenteCompletando o infinito cicloPara deixar mais lenta a menteE no final, poder sair sorrindo. Itacoatiara, 06 de Janeiro de 2018.

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Escritos sobre a tempestade

Registro aqui no aço de minha almaO pedido que fiz sobre o pranto,Hei de ver flores no escasso deserto,Hei de ver a ferida curar-se ao incerto,Hei de ver o destino achar teu manto. Ó deus, dê-me o gosto de realizarO sonho que do peito me curou,Hei de ser aquilo que planejaste,Hei de ser inquebrantável ao amar-te,Incomensuravelmente, como o hábil labor. Tire-me do semblante o temor,Dê-me coragem para enfrentar a falsidade,Diga-me para onde devo caminharE não solte minhas mãos quando eu tropeçar,Nos céus as trevas seguirão em tempestade. Porém não atingirá a mim em lealdade,Pois de minha mente sairá o compasso,Derradeiro, que derramará minha prole,Onde quer que a tristeza porventura assole,Que fecundará à razão o primeiro passo. Juazeiro do Norte- CE, 02 de julho de 2019.

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Formosura

Desde o primeiro momento que viTeus olhos, as montanhas dividiram-seDentro do sopro onde se pode morrer,Por tantos sonhos, por tanto querer,Toquei em tuas curvas, que se repeliram. Desde o primeiro momento que viTua alma, meus versos retraíram,Pude sentir tua pele acariciando o gosto,Dentre tantas ilusões, a melhor era de teu rostoSuavizando todo desejo que às estrelas revestiam. Desde o primeiro momento que viTeu corpo, mesmo que no esboço das sombras,Senti-me escravo de meu próprio pensamento,Avistava algo misterioso vindo do cansado vento,No soluço, via as cinzas do sorriso que afronta. Desde o primeiro momento que viTeu semblante, olhando-me com ternura,Pude sentir o pôr do sol tocando-me a voz,E do canto, a armadilha mais feroz,Gradativamente salientando-te a formosura. Desde o primeiro momento que viTeu abismo, ressoando por meu carinho,Vi o brilho de teu prazer afugentando o grito,Senti-me entrando no lírico e restritoCálice que leva ao mais doce redemoinho. Desde o primeiro momento

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Há um poeta na esquina

Há um comboio de gritos internosQue vagam pelo meu peito de poetaJunto com as cinzas do primeiro amor,Rodeando o véu de rodovia inepta. A cada esquina há um bar cinzentoOnde os bêbados desabafam as doresComo a quem soluça perante o ventoPela volta de seus juvenis amores. A cada esquina há uma mulher solitáriaQue vende até a alma por alguns trocados;Há também um homem em fome áridaE os seus filhos a chorarem isolados. O poeta vê esses detalhes abismáticosNa noite de fogo a quase consumirA saudade de seu amor que não existe,Quando do semblante há mais o que exaurir. A cada esquina há um coração doente,Um coração ignorante a chorar cansadoPor dias onde a ilusória tarde poenteEnganou seu frágil sentir insensato. Há alguém a chorar de amor nesta noite,Mesmo que o nunca tenha sentido;Há quem se entregue por um momento,Há moças que matam o próprio filho. A cada esquina há um

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Idiossincrasia do tolo

Retalhos de ignomínia sobrevoamPerante os olhos tristes da nação;Perfídias vermelhas entoamSeus belos antídotos de ilusão. Tiranias ultrajantes destoamAo caos dogmático da razão.Nisto, com seus tentáculos, roubamA liberdade, em tons de emancipação. O reinado de sangue perduraDiante às paragens do engano;Estigmas da famigerada e espúriaIdiossincrasia de um plano. Vê-se como grandiosa curaA idolatria ao airoso e o leviano;Alçada como etérea lisura,Estrondosa foice, em réu humano. O grito da desconsolada pátriaExaure ao caos do que é dito;Prende-se o que produz, inataLiberdade ao caminho perdido. Entalhes de agonia em doses pálidas,Do circo e do pão, restou o vazio;Tornou-se presente na mesa árida,Ouvida apenas pelo pranto de seu filho. Itacoatiara-AM, 05 de abril de 2020.

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Imagine

Imagine um mundo sem maldade…Acredite, não é difícil de se ter.Imagine o mundo sem ideologias,As quais são utópicas e revolucionárias. Imagine como seria a alegriaSe as ideias, à contradição fossem contrárias.Acredite, não é difícil de se ter.Imagine um mundo de amor,O qual louvasse ao Criador. (Imagine como seria tudo) Se o que existisse fosse mudo.Imagine o mundo sem radicais,Os quais (por via das dúvidas) matam.Imagine a verdade, liberdade e bem maisTornarem-se rotina à mente do fraco. Acredite, não é difícil de se ter.Imagine um mundo sem imaginaçãoE se os seus ideais fossem roubadosA benefício do plano constituídoPara um futuro fracassado. Acredite, isto está nos planos.Imagine um mundo autêntico,O qual tu pudesses falar por siSem ter o objetivo idênticoAos poderosos, horrorosos por vir. Imagine o mundo sem religião…Portanto, sem a moral e costumes;Imagine a verdadeira criaçãoObstruída às informações falsas…(Acredite, à mentira se presume). Imagine se pudéssemos fazerO que nos desse vontade,

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Inteira metade

Meus olhos desmaiam em calmaQuando a madrugada perdura,Deixando nos cantos da almaO peso de uma cor muda. Minha ilusão desmaia em calmaQuando a tarde busca seu pranto,E tocando nos cantos da alma,De repente, acho o incolor manto. Disseste ao dia o quanto estavasSorrindo ao vento acima das nuvens,No frio daquela doce e estreita estradaQue levaria ao passo do horizonte. Estiveste além das notas do oceanoQuando esvaziam sua esbelta perfeição,Traduzem o eco de teu amargo grito,Tão silencioso quanto o som da solidão. Tão invisível quanto o raio de sol,Tão macio quanto a tez da tempestade,Tão brilhante quanto o canto da morte;Assim és tu, minha inteira metade. Itacoatiara-AM, 23 de agosto de 2019.

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