Antologia Poética I

Com 50 poemas escolhidos pelo próprio autor, esta antologia representa um pouco sobre o infinito universo literário e poético do mesmo. Foi criado para ser uma espécie de vitrine a novos leitores.

Abraão Marinho, escritor, poeta, cronista e contista reuniu em um único livro um pouco de seu modo de escrita. O autor de 19 anos, que até o momento tem 6 livros, lança agora a sua sétima obra.

A poesia está presente em 5 dos seus livros. Sendo assim foram tirados 10 poemas escolhidos a dedo para a melhor participação nesta antologia.

Os poemas selecionados contrastam vários sentimentos, contendo poemas de amor, poemas de tristeza, poemas reflexivos, poemas sociais, dentre outros estilos destacados por Abraão.

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Capítulos

Alvorada

Um dia triste e nublado agonizavaNos braços da chuva límpida,Ele, debruçado nas nuvens da ilusão,Caminhava sobre seus versos sem vida. Não tinha nome nem esperança,Seu melhor codinome era solitário,Seu descanso era olhar para o nadaE procurar a escadaria para a enseada. Escrevia com tristeza sua caminhada,Era um ponto no vazio da multidão,Não tentava provar ser o que era,Talvez por isso lhe restaria a solidão. Ele cantava à noite em seu pensamento,Acompanhando o canto dos pássaros,Atravessou mares, rios e florestas,E sempre vagava sozinho, no espaço. Sua melhor amizade era a do sabiá,Que cantarolava todas as manhãs,Ele continuava a caminhar lentamente,Certo de que sua alma estava afã. A rodovia do deserto que avistavaNão era nada comparada à imensidãoQue ele avistava no horizonte dos céus,Andava sempre a favor da nova estação. Suas rochas açoitavam as mentes fracas,Quando finalmente conseguia falarA verdade saía e assustava a hipocrisia,Portanto, o silêncio é o que necessita seu

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Amizade eterna

Se um dia nos afastarmos,Lembre-se de mim.Mas lembre-seDe como realmente fui,Não só nas horas de sorrir. Se de repente sumirmos,Que venhamosA nos conectar pela mente,Ou melhor, acostumar-seCom a ausência,De para semprePerder o sentimento. Tudo será bomEnquanto durar,Esse tudo acontece hoje,Mas amanhã ninguém sabe,Mas quem sabe seja algoResplendor, talvez dor. Sou teu companheiroDas temidas horas,Nas mais altasProfundezas das feridas,Ou talvez sejaMais um passageiroda reciprocidade,Vagando entre almas da vida. Quando nada parecer fazer sentido,Lembre-se de sua esplêndida razão,E quando eu estiver errado,Corrija-me para que possa mudar,Ou simplesmente silencie-se,Ou simplesmenteOuça-me em cada palavra,Até convencer-sede que realmente é verdade. Ainda temos o que viverE muitas histórias para contar,Muitas dores a suplicar,Mas não deixemos acontecer,Algo sem sentido ouSem amor perecer,Na divisão do pensar. Se um dia eu partir,Não chores dolorosamentePela perda,Lembre-se do legado queDeixei e das obras que fiz. Se falarem mal de mim,Corrija no que for e defenda-me,Mas se falarem bem demaiscorrija o exagero.Mas

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Amo-te

Amo-te tanto com a loucura desesperadaDe um quântico toque de dor profunda.Amo-te com a razão da filosofia angustiadaA vagar por esta selva incolor e desvairadaQue com o toque até a escuridão inunda. Amo-te sem contar as horas que passam,Sem rever os conceitos ilusórios da mente.Amo-te como as andorinhas que cantamPerante à cor que aos seus olhos espantamAté a ferida mais feroz que as prende. Amo-te como réu de sentimento escasso,Como uma praia que abraça o oceano.Amo-te até nas horas de amar ainda maisE nas horas de ancorar em teu seguro caisAs frases certas com meu sincero plano. Amo-te com teus defeitos inexistentes,E em pele pálida de teus lábios de melRefaço-me em trono firme e poéticoDentre os campos de canto desértico. Como leva-me a cintilante céu!Amo-te até quando odeio-te!O desejo que me cerca no instintoErgue este amor em passos floridosE quando há o derradeiro grito… Oh! É então que será infinito!

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Ao se escrever

Em silêncio, um grito de sentir,Uma voz que congela as paredes do ser,Quase que sendo um doloroso fingir,Ou simplesmente um minuto a esquecer. Em esquecimento, lembro-me da cicatrizQue queima o rio da esperança que agoniza,Que esbarra no fio de meu pequeno giz,Um rabisco de poesia que eterniza. Desenho em desconexos tons um versoDo que nunca vi, e nem, tampouco escrevi;Apenas reli uns pensamentos dispersosE sem nexo, anexo esse novo existir. Soa-me como um estreito espaçoOnde caminho em equilíbrio dos instintos,Onde repito, novamente, o passoQue, de escasso, torna-se faminto. Um famigerado teor melódicoDá vida a cada palavra que transbordaE, depois de um empoeirado ócio,Transporta-se ao íntimo, à borda. Esta borda leva à constelação,Um universo diluído ao se viverPerante ao ápice desta límpida emoção:A do exato instante ao se escrever. Itacoatiara-AM, 11 de fevereiro de 2020.

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Autoanálise amorosa

Lembro de ti nas horas escuras,Nas horas vazias e tempestuosas,Horas que de tão cansadas desvaiamAs montanhas em infestações impetuosas. Lembro de ti até nas horas de dor,Em todos os acordes do deserto vazio,Do semiárido nordestino às cataratas,Dos mares ao andar inconstante dos rios. Lembro de ti até nas gotas das lágrimas,Nas contraposições aos desgostos do ser,No contrassenso entre a pureza e a impureza;Ao ver-te nos céus renova-se o triste viver. A saudade inflama as feridas do sentimento,A volúpia constante queima-se nas lembranças;Lembro de ti no véu, nas sombras do inerte vento,Na devastação e maré de se ter a fiel esperança. A razão deforma-se na resiliência cognitiva,Os cata-ventos viram o vapor que movimentaOs rabiscos do giz que desenha o reencontroEntre quem há dias estava remoendo a alma. Lembro de ti na autoestrada da reinvenção,Quando encontrar-te-á a minha menteSenão nos reflexos do distinto trilhoQue traz o amor às armadilhas do coração? As

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Céu

Se o céu é azul demais para o dia.Se a luz refletira um brilho azulado.Se o mormaço queima e vira harmonia.Por que o sol e a lua não viram um só estrelado? Quando nasce um novo dia, a noite descansa.Quando há um novo clima, o solo umedece.Quando entardece, o dia se deita ao solo.E por que só isso é que acontece? Uma estrela passa ao luar e vira noite.Uma lua transpassa o escuro e vira constelação.Uma luz surge no fim do túnel de repente.E por que nada muda e só há solidão? E assim nasce e morre cada dia.E assim morre e renasce cada manhã.E assim renasce e brota cada destino traçado.Porque o destino ressurgirá de novas dimensões!

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Deixe-me

Deixe-me no mar das estrelasE esqueça-me perdido no brilhoE faça-me ludibriar no encantoDe simplesmente achar seu trilho. Jogue-me na miséria do nadaE afague-me à noite no terrorE perfume meus passos tristesDe tanto correr contra o amor. Pendura teu suor nos meus olhosE escorra a beleza em meu corpoE deixe seus cabelos límpidos e grandiososTrafegarem na montanha do gosto. Deixe-me navegar em teu céuE encontrar o oxigênio perdidoMas sempre te deixando no réuDe um póstumo sorriso infinito.

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Desabafo

O seu amor é a minha agonia,Minha paz, meu nada, meu tudo.O seu amor é o tom grave e mudo,É a fonte de tristeza e de alegria. De ti vem a antítese, os versos…Este pseudônimo que está fadado,Algum dia continuará guardadoEm forma de oceanos dispersos. A manhã vem escondida, com medo,Refletindo-te no espelho das águas,Em gotas infinitas, vindas das lágrimas. Estou certo, prevendo as tuas mágoas,Porém, todo amor insiste em ser assim…Qual o que não deixa a alma dilacerada? Itacoatiara-AM, 25 de junho de 2018.

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Devaneio escuro

Descerro-me à poesiaPara ludibriar a dor,Mas esvaeces o amorE perece a melodia. Oh! Idílio doloridoQue me destoa a almaPerdida e sem calmaEm busca do sonho colorido. Tépido sentimento audaz:Tu serás o mais culpado…Hórrido, lascivo- capataz. Dê-me a esperançaDe contentar-me nos olhos,À amada mantida na vontade. Itacoatiara-AM, 14 de abril de 2018.

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Diálogo às nuvens

Querida brisa do amanhecer,Reluza o suor dos versosE dê um tom de florescerÀ natureza de meu universo. Faça-me refletir sobre a perfeiçãoÀ volta que persegue o diaE faça-me decifrar o perdãoDa mais enigmática poesia. Faça-me ver o que não se vêOu aquilo que se nega à verdadePara que ninguém possa perderO dom da fraca sinceridade. Que a saliva dos frágeis olhosCaia sobre o terreno sombrio,Que a poeira de gestos falhosReconstrua-se em novos ciclos. Então, tantos motivos no lixo,Tantas brigas sem sentido,Tantos rancores e intrigas,E ódio entre amores falidos. Que no soar do calor solarO fogo reaja ao frio rancorosoE que num dia estrelarO ser humano seja amoroso. Itacoatiara, 11 de Janeiro de 2018.

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