Tu estás deitada sobre as nuvens
No veludo de minha poesia
Para sempre, até agora ou depois
Em tempestades e raios de ventania.

Quero agradecer-te por partilhar este mundo
Deixando-o mais próximo do paraíso
Com as lágrimas celestes pairando sobre tudo,
Sobretudo sobre o emblema do sorriso.

Tento encaixá-la no espaço mais profundo
Que o coração já pensou em quase ter,
Mas não há espaço suficiente à vista
Nem nada que poderia tentar preencher

(nem as profundezas do mar,
nem o tamanho do infinito,
nem a aparência do ar
nem a segurança de perigo)

O modo em que as estrelas do invisível
Visitam-me à tua esbelta presença
Navegando sobre o cálice sensível
Em busca dos ramos de tua beleza.

Espero que tu acordes agora
E perceba o que sinto por ti
Para satisfazer a solidão
Que sem amor gera em mim.

E assim, descanse sobre meus braços,
Nas carícias que somente a vontade
Exalta o fogo escondido nos traços
Exalados na tua perene serenidade.

À noite: a interação de meu ser
Com as armadilhas dos lábios teus
E como combustível, os teus olhos
Que há muito tempo o destino ofereceu.

Meu amor, a ti atribuirei a fidelidade
E a promessa de que tudo terá sentido
Diante do mais honroso e sensato abrigo
Cedido às preces ao senhor da lealdade.

Desculpe-me acordar-te perante a canção
Que fiz ao ter-te diante dos simples versos.
Mais que um simples sentimento:
É o amor, propondo um sentir submerso.

Itacoatiara-AM, 17 de abril de 2018.

 
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