A tua inconsciência progressiva
Conta a versão nova da velha história,
Quanto mais fingires o que és,
Mais arrastarás os contos de si mesmo
Para a simetria de engodos cruéis.

A tua empáfia e egocêntrica análise
Dá aos pobres o direito de serem mais,
Sustentados pelo próprio fingimento,
Ociosos, seres rastejantes
Que não crescem jamais.

A tua falsa caridade
Enriquece os mais autoritários,
Por mais que enganes com migalhas,
Por mais que mintas à maioria
A ti mesmo cairá os pesos das falhas.

A tua inconsciência progressiva
Cega à tua concepção de mundo,
Por mais que finjas ser do bem,
A quem entende tuas raízes,
A máscara cai em menos de um segundo.

A histeria coletiva falsária
Não te ajudarás a ter confiança,
Nadarás no mar mais profundo,
Correrás na praia mais distante
E quando chegares te verão como imundo.

Teu debate em frente ao espelho
Se resumirá em ecos no cemitério,
Teu bom mocismo vermelho
Agora deixará um som inquieto
Do subconsciente em grande desespero.

Sem saberes o que faze
Vais a ti mesmo e pedes perdão,
Agora cuidarás do enfermo
Medido às vestes da morte,
Medido ao tempo, à ilusão.

Agora a sua inconsciência desmancha
E da leitura chegou à conclusão,
Nesta inerme clausura descansa:
A polidez de um novo pensamento
Agora voltado ao que ensina a esperança.

Agora sabes o que é verdadeiro,
Agora conheceste outra opinião,
Outra história que estava enterrada
No esquecimento do coração da humanidade,
No charlatanismo da utopia em devastação.

Esteves na inerme decapitação,
Esteves no pulmão esvaziando o sangue,
Na solidão buscando a escuridão,
Na sensatez sequestrada pela sub-sabedoria,
Mas como muitos, conquistaste a liberdade.

Itacoatiara-AM, 11 de dezembro de 2018.

 
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