A emoção é migalha do aço
Que perfura as bases sentimentais.
É uma gota de sentido escasso
Que percorre os passos mortais.
Não há conversa nem harmonia
Nessa treva em meio à luz
Que oscila, às vezes alegria,
No obscuro triste que a induz.
As névoas partem aos raios
Que soltam luzes de medo
Aos singelos partos de fios
Presente na força dos enredos.
No jejuar do pensamento
Pérolas de amor se vão
Nas correntezas do vento
E no fervor da estação.
É como se as florestas
Perdessem suas vidas
E as flores em festas
Comemorassem sua ida.
É como se o arco-íris
Estivesse esmagado ao chão
Implorando às suas cores
Um pouquinho de atenção.
O choro alivia a dor
Que grita no coração,
Com grades de fervor
E cárcere de explosão.
A rotina continua lentamente
Completando o infinito ciclo
Para deixar mais lenta a mente
E no final, poder sair sorrindo.
Itacoatiara, 06 de Janeiro de 2018.