Amo-te tanto com a loucura desesperada
De um quântico toque de dor profunda.
Amo-te com a razão da filosofia angustiada
A vagar por esta selva incolor e desvairada
Que com o toque até a escuridão inunda.
Amo-te sem contar as horas que passam,
Sem rever os conceitos ilusórios da mente.
Amo-te como as andorinhas que cantam
Perante à cor que aos seus olhos espantam
Até a ferida mais feroz que as prende.
Amo-te como réu de sentimento escasso,
Como uma praia que abraça o oceano.
Amo-te até nas horas de amar ainda mais
E nas horas de ancorar em teu seguro cais
As frases certas com meu sincero plano.
Amo-te com teus defeitos inexistentes,
E em pele pálida de teus lábios de mel
Refaço-me em trono firme e poético
Dentre os campos de canto desértico.
Como leva-me a cintilante céu!
Amo-te até quando odeio-te!
O desejo que me cerca no instinto
Ergue este amor em passos floridos
E quando há o derradeiro grito…
Oh! É então que será infinito!
Itacoatiara-AM, 20 de agosto de 2020.