Antologia Poética I

Com 50 poemas escolhidos pelo próprio autor, esta antologia representa um pouco sobre o infinito universo literário e poético do mesmo. Foi criado para ser uma espécie de vitrine a novos leitores.

Abraão Marinho, escritor, poeta, cronista e contista reuniu em um único livro um pouco de seu modo de escrita. O autor de 19 anos, que até o momento tem 6 livros, lança agora a sua sétima obra.

A poesia está presente em 5 dos seus livros. Sendo assim foram tirados 10 poemas escolhidos a dedo para a melhor participação nesta antologia.

Os poemas selecionados contrastam vários sentimentos, contendo poemas de amor, poemas de tristeza, poemas reflexivos, poemas sociais, dentre outros estilos destacados por Abraão.

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Capítulos

Apresentação

Olá, caro leitor! O livro que você irá ler a seguir reúne 50 poemas que fazem parte dos outros demais livros de poemas que já escrevi. Ao todo foram, até o momento, sou autor de quatro livros de poesia e dois de prosa.A ideia que tive para reunir estes poemas surgiu como uma maneira de expor meu trabalho poéticovigente em uma espécie de “vitrine”. Nesta vitrine você poderá conhecer meu estilo de escrita, a evolução de tempos em tempos. Nesses cinco anos de experiência no mundo da literatura, aprendi bastante coisa, conheci um outro lado meu. Sendo assim, creio que selecionar cinquenta poemas, colocando-os em um livro mais curto, pode suscitar uma melhor experiência nos novos leitores, bem como serve como combustível para conhecer obras passadas, junto aos seus contextos. Contudo, espero que essa leitura seja agradável para você, e que da mesma, possa encontrar alguma inspiração, quer seja para

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A alma do poeta

Estou tão distante da luz,Mais perto dos sonhos amordaçadosNeste pouco de cinza que ainda reluz,Neste tempo inconstante, inacabado. É estar só neste espaço insensatoCheio de vazios desconstruídos,Acorrentado por este cansaçoQue destrói o abismo, meu amigo. Ah, como quero sentir novamenteO olhar dessa luz escondida.É estar lúcido, de repente,E outrora, embriagado pelo delírio. Estou tão perto da luz,Que sorri à minh’alma reconstruída;De tanto chorar, resistiu à ferrugemE retomou o sentido da vida. Agora dispersa por entre as cinzasBuscou o seu lar em seu labirinto,Agora em seu peito exalam as rimasDe um poeta que chegou ao destino. Agora em seu peito exalam as rimasDe um poeta que chegou ao destino.O amanhã já espera o futuroDe um horizonte real. Itacoatiara-AM, 10 de dezembro de 2019

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À amada

Deixe que eu te dê o amor,Teu coração à espera ardente,Que eu te dê o árduo clamorDa solidão que está carente. Que sejas feliz tua escolha,Tu faças ferver minha alma,Sejas meretriz e eufóricaOs batimentos da nossa calma. Deixe que sua opção não escolha,Que a perfeição não te engane,Mas sim, a pureza exótica,E sejas feliz sem desmanches. Sejas amada e ame sem engano.Sejas fiel e promotora de carinhos.Não faça da reciprocidade algo insanoE sejas feliz num certo destino. Que os carinhos não percam o sentido,A confusão não exalte o teu ser,A solidão não invada teu instinto.Enfim, que teu amor seja o meu!

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A ausência da mulher amada

Quero-te como flor da noite,Como fonte ambígua de emoções,Como favo de mel em tez de açoiteA reverberar sobre vis tensões. Quero-te como um loucoAo qual se entregaste na tarde,Quero-te num tom além de roucoA gritar pelo lábio covarde. Quero-te além da sensualidade,Além dos céus que me fazes ir.Quero ver-te além da tempestade,Além da madrugada que espero por ti. Quero-te até com todos os defeitos,Com toda impureza de teu corpoPois se não sou impuro de querer-te,Tenho sorte de te ter mais um pouco. Quero-te até a eternidade profunda,Quero-te como pólvora da existênciaPois se te tenho como não tive nunca,Não se vá… oh! Que dolorosa ausência. Itacoatiara-AM, 03 de agosto de 2020.

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A dor do esquecimento

Quem irá vestir-me no dia derradeiro?No meu leito solitário, apenasConsigo ver minha mãe a chorar,Alguns olhos inundados em falsidadeE algum sujeito a ignorar. Quem irá recitar minha partidaCom o poema mais profundo?Quem irá jogar flores perfumadasCom a saudade mais atormentadaDa amizade sincera do mundo? Será que a morte virá mais cedo?Agora? Quando estiver criandoOs versos da juventude inesperada?Será que farei falta a alguém?Será que o vazio preencherá a morada? Quem visitará meu túmulo perdido?Quem irá lembrar como o ventoDos dias em que estive vivo?Ah! Nem por um momentoConsigo pensar em ser esquecido. Haverá alguém a ler meus versos?Haverá filho a chorar na noitePara estrela a brilhar no céu?Haverá uma esposa a cair no silêncioAo lembrar-se do límpido véu? Será que terão boas lembranças?Será que a vida não é só uma ilusãoQue é esquecida após uma semana?Haverá alguém a guardar-me no coraçãoComo a pureza da mais bela criança? Oh Deus! Apenas

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A flor do oceano

Esta poesia dedico a uma florQue conheci nas paragens da juventude,Uma flor que deu sentido ao meu,Que deixou ao ar um gosto amiúde. A esta flor li alguns versos metonímicos,Que realçaram em palavras o que sentia,Seus olhos brilhavam como a esmeraldaE em sua escuridão perdi-me à primeira vista. Sabes que és o que sempre pedi,A mistura do deserto com a floresta,Com o aço e o fervente colibri,A tempestade e o doce sorrir. As canções profundas a ela plantei,Pus o amargo mel em seus lábiosJunto a um ósculo impetuoso,Sua pureza guiava-me às profundezas. Pude ver-te no horizonte de minh’alma,Eras a metade de meu perdido céu,E a chuva a cada dia te dava mais beleza,Sou um invisível beija-flor conquistando-te. Estiveste dentro de meus profundos versos,Teu abraço é a pluma que permeia os campos,Teus toques são como a neve na ventania,E teu solstício é o auge do glorioso pranto. Sentir que estás aqui

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A morte me visitou

A morte visitou-me ontem,Tinha o cheiro de uma pétala invisívelE o gosto de seu sangue era familiar;Um tom de ódio e olhar de delírio,Um horizonte inapto, sereno, porém frio. Consumiu-me o semblante dolorido,Levou-me à raiz de uma escuridãoQue ficava escondida debaixo da alma;Assim, meu corpo se debateu, e em calmaO último suspiro encontrou sua solidão. Vi-me debruçado sobre os ossos no chão,Um receio, um castelo de maldades,Meu corpo ardia sobre o ácido de dor;Minh’alma, arrancada pelas correntesQue vagavam pela floresta de horror. De gritar, fiquei mudo, a garganta cortadaComo as asas de um pássaro sem vida.Estático, o coração batia violentamente,Enferrujada, a espada de ilusão atravessouOs olhos que, sem voz, pediam piedade. As sombras me atormentavam na escuridão,Perdido sobre as águas, uma prisão escondidaNo subconsciente de meu incauto desespero;Um sentimento que rasgava minha peleE queimava minha esperança, um cinzeiro. Vários gritos amordaçados pela crueldade,Perdidos, vagando pelo abismo do esquecimento,Como se a

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A morte

Será que a morte nasceuNos primórdios de sua irmã vida?Será que, com Abel, ela sentiu inveja,E para ser única a matou? Qual será o destino que a morteLenta, dolorosa e tão bonita leva?Qual será o gosto de seu beijoE a força de seu toque? Um dia sonhei com elaE fui tão desprezado que chorei,Tão profunda e dolorosamenteQue ela me abraçou e me disseCom sua voz grave: Não é sua hora! Perguntei-lhe: Ora, quando voltarás outra vez?Respondeu-me: Você irá saber!E de teimoso, pus-me a perguntarDe todos o que significara aquiloE o silêncio pôde manter seu costume. No túmulo da mais exaustiva dúvidaPus flores e uma carta compridaCom uma única e simples pergunta:Não me esqueci do que me disseste,Quando chegará minha hora? Outra vez, sonhei, mas agora comA calma, esbranquiçada vida,Que era como a neve; enfraquecida,Disse que minha dúvida estava a lheMatar, e que a morte a humilhara ontem. Falou-me de Deus

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A ti

Quando o sol tocar meus olhos,Verei no obscuro do mundoAquilo que não pude observarQuando estava dormindo. Nas crateras e vácuos do espaçoO pensamento achará a razão,Quando achar o erro no açoE nas cordas que prendem a ilusão,Finalmente estarei liberto. Tu estarás comigo nas nuvens,No sacrifício do espaço escurecido,Na salvação das palavras ditasNa serena corda do vento esquecido. O metal dos desertos habitados,A solidão da felicidade,A dor da criança mortaReverberará a crueldade covarde. A eternidade vê e ouveO sofrimento acontecido,Mas no final a tempestadeTrará o eco de sons coloridos. Lembra-te de quando eras feliz?Tu fazes o mundo que queres.Espero que estejas comigoNa serena caminhada ao eterno. Itacoatiara-AM, 29 de agosto de 2018.

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Acalanto?

Em algum lugar do paraísoHá uma parte de mim (escondida)Sob a sombra das árvores,Sob a luz das eternas flores,Há retalhos da poesia esquecida. Em algum lugar do paraísoCaminhei ao acordar nesta manhã,Na pluma da melancolia afã,A beleza nas lágrimas do riso. Caminhando sobre os anagramas,Pairando sob a vertigem da eternidade,No canto a ventania e a vaidadeNaufragando o arco-íris do sublime pranto. Como se a agonia estivesse no mantoDo sentir que completa a verdade,Os véus são os céus do acalanto,Nos cantos, a pétala da ambiguidade. Em algum lugar do paraísoHá uma ilha com passagem ao horizonte,Como uma floresta que, em suma, escondeUma trilha que induz a um invisível aviso: Em algum lugar do paraísoHá uma parte de mim (escondida)Sob a sombra das árvores,Sob a luz das eternas flores,Há retalhos da poesia fenecida. Fortaleza-CE, 29 de junho de 2019.

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