Poemas Póstumos De Um Poeta Vivo é um livro de poesias que evoca um lado muito profundo dentro do objeto de escrita do autor.

Trata-se de um momento reflexivo onde o mesmo indagou-se que, se por um acaso morresse hoje, o que deixaria de bom para a sociedade, se suas obras impactariam dali adiante, se iria ser esquecido ou não, ou se sua obra seria atemporal para sobreviver nos séculos futuros.

Nesse livro você irá encontrar:

  • Temas polêmicos sendo abordados de maneira implícita ou explícita para não chocar (ironia):
  • Relações com a realidade encontrada no ano que já passou, bem como algumas críticas das ações desproporcionais e tirânicas de alguns;
  • Reflexões sobre temas sensíveis como depressão e suicídio, algo que também aumentou ano passado;
  • Relação entre o ser humano e a própria alma, visto que muitos passaram a conhecer-se depois do isolamento feito à força;
  • Exposição clara de sentimentos, sem a falsa impressão de que o mesmo seja forçado.

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Capítulos

Soneto escondido

Amo-te baixinho, quase escondido, Para não acordar os pássaros do ar,Para não mostrar este imbróglio perdido Que destoa seu canto receoso no mar. Não mais que sou um seio rendido Sobre os encantos do inepto olhar Que perfazem o sensível e desfalecido Encanto que incendeia o ríspido tocar. Não mais que sou o trilho insensato Na sensatez de uma racional solidão Que rodeia cada heroico e firme ato. Não mais que tenho este amor de fato E o coloco no mais profundo coração,Do poeta que floreia o simplório retrato. Itacoatiara-AM, 23 de junho de 2020.

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Soneto esquecido

Assim que da charmosa pétala enganou-se A última chama, logo a lágrima desfez-se, E no último suspiro quase esqueceu-seE ao seu ego mais frio entregou-se. E nos repetidos dramas achou-se Diante do reflexo onde refez-seE quando da última gota encheu-se, O último mel amargurou-se. Foi perpétua lágrima sentida A que escondeu-se nos cantosDa aurora quase morta, esquecida. E dos segundos de pranto Restou-lhe a poeira empalidecidaDo mais enferrujado manto. Itacoatiara-AM, 25 de junho de 2020.

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Soneto incauto

Diga-me por obséquio: Onde anda a essência Que por vezes desprezaste no medo?Disse ela, quase a entrar no enredo Criado pela sua própria existência. – Mas como podes fingir inocência Nesta incauta treva que vejo, Neste solstício íngreme do desejo?Disse ela quase a olhar sua aparência. – Como irei sonhar novamente Se tudo o que eu tinha sumiu? Disse ela a respirar lentamente. – Ah! Acho que logo, de repente, Posso me reencontrar ao amor gentil. Disse ela ao se jogar pela nascente. Itacoatiara-AM, 20 de junho de 2020.

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Soneto insólito

Quando minhas vestes se encontram E não me encontro ao fiel acaso Há sempre um símile atraso,Há sempre um inferno, descansam. Quando meus lábios afrontam O mel deste amargo caso, Oceano de enigma raso, Finalmente se desandam. Quando vejo meu espírito Restaurar um grande segredo Relevo o sentir contrito. Ah! Que este metódico enredo Dá sangue ao clamor garrido E presume o covarde medo. Itacoatiara-AM, 23 de junho de 2020.

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Soneto intenso

Eu sem ti sou bruma apagada, Uma curva em linha entorpecida Nos percalços da desconhecida Aurora de uma chama ilustrada. Como em síntese de cor semeada As sementes desta raiz despida Dão ao vale uma foz insípida Onde nasce a luz ofuscada. Um enleio de aurora fúnebre Relança sobre o peito inerte Um ríspido tom quase célebre. E assim o que na mente inverte Torna-se vívido diante do espelho Envelhecido à tez que o subverte. Itacoatiara-AM, 23 de junho de 2020.

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Soneto irracional

E quando o vívido vento Resgata anseio e a paisagem Dos cálices de augusto e lento E ambíguo sopro de miragem. Como fora íngreme a viagem Perante o murmúrio de relentoE em sombras da própria imagem Restou-lhe apenas pensamento. E o que era conspícuo na tarde Tornou-se perdido na imensidão, Talvez fruto de duvidoso alarde. Mas o que não saíra do coração Era o rosto de ouro covarde Que lhe esfriara a afã razão. Itacoatiara-AM, 26 de junho de 2020.

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Soneto irreal

A manhã nebulosa está nascendo Perante a tarde obscura e sombria Como se fosse uma parte do dia Onde o silêncio não tem sentimento. Irreal e sublime é quando se sente Que nada mais pode anoitecer E nem mesmo pode acenderO delírio de quem mente. Irreal feito algum soneto É a opaca centelha de frio Que suspende os sentidos. Pois quando se tem medo Nada mais é como já existiu,Nada é menos que fingir sortido. Itacoatiara-AM, 21 de junho de 2020.

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Soneto platônico

A enlutada rosa está definhando E seu jardim já não tem corE a cada lágrima de encanto Posso sentir o seu amor. Tão frágil, pequena e macia Esta rosa ainda exala o perfume Da mais profunda e sincera poesia E em seu esboço ainda há ciúme. Ah! Como eu queria ser o vento Só para lhe tocar e lhe abraçar Sem ser visto, apenas sentido. Ah! Como desespero e sofrimento Tenho de infelizmente vê-la a suspirar Com o veneno deste labirinto perdido. Itacoatiara-AM, 21 de junho de 2020.

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Soneto retorcido

Quando de sua pele vem a doçura Sinto-a pairando no gostoDo suave e atônito rosto, Suaves tons de ternura. Quando soa o pranto de candura Peço à flor que seu brilho composto Sobressaia sobre caminho opostoE que desmonte a firme cura. Quando sua desgastada rosa Vem-me num dia de chuva Com sua veste em prosa. É como se a tarde viúva Trouxesse sua verve formosa E não retratasse a real curva. Itacoatiara-AM, 24 de junho de 2020.

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Soneto romântico

Minha querida, não deixe que meus versosA confundam e o silêncio petrifique tudo,E que nada fique feito sonhos dispersosPorque não entendeste um soluço mudo..Essa chama que invade meu corpoFoi causada pelo teu oceano de rosa florida,Pelo teu eterno e infindo gosto;És tu o combustível de minha vida. Não deixe meus versos sem verdade,Pois é deles que crio teu sentimento,Sinto-me um escultor de santidades. Sinta o que te escrevo com serenidade,Além de ascender em ti um pensamento,A pólvora de íntimas claridades. Itacoatiara-AM, 21 de junho de 2020.

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