Poemas Póstumos De Um Poeta Vivo é um livro de poesias que evoca um lado muito profundo dentro do objeto de escrita do autor.

Trata-se de um momento reflexivo onde o mesmo indagou-se que, se por um acaso morresse hoje, o que deixaria de bom para a sociedade, se suas obras impactariam dali adiante, se iria ser esquecido ou não, ou se sua obra seria atemporal para sobreviver nos séculos futuros.

Nesse livro você irá encontrar:

  • Temas polêmicos sendo abordados de maneira implícita ou explícita para não chocar (ironia):
  • Relações com a realidade encontrada no ano que já passou, bem como algumas críticas das ações desproporcionais e tirânicas de alguns;
  • Reflexões sobre temas sensíveis como depressão e suicídio, algo que também aumentou ano passado;
  • Relação entre o ser humano e a própria alma, visto que muitos passaram a conhecer-se depois do isolamento feito à força;
  • Exposição clara de sentimentos, sem a falsa impressão de que o mesmo seja forçado.

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Capítulos

Soneto de sinceridade

Um acalanto em tom incautoCaminha nos pedregulhos físseisComo fosse astucioso arautoDe consonantes fragores difíceis. Como se fossem flores no autoDas dissonantes trevas impossíveis,Desconstroem o plano de um altoSonho que fragmenta toques sensíveis. Sua símile face ao retratoRessurge diante do fragorDo exasperado ato. E quando se tem amargorTalvez os argumentos do fatoTornem-se fonte para fétido olor. Itacoatiara-AM, 22 de junho de 2020.

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Soneto de um louco

A ti farei todos os sonetos de amor,E quando as lágrimas não puderem segurarAs raízes deste radiante olhar, Estarei em teu abismo de fulgor. A ti darei todas as rosas em fervor, Recitarei juras, mesmo sem rimar, Pois ter-te é o que anseio esperarE de teu sorriso poder sentir o calor. Mesmo que do delírio nada acontecer, E se a chama for fria como a madrugada;Se o toque, por algum motivo, não aquecer… Ainda assim continuarei a preencherCom versos de abismos no nada; Quisera eu ter a ti sem enlouquecer. Itacoatiara-AM, 20 de junho de 2020.

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Soneto de Vênus

Não me partira assim o peito Há tempos, onde houve abismo,E quando disse: Nada mais é perfeito, Meu triste anseio afogou-se em lirismo. Pois que tivera tarde em receio E mantivera na mente o realismo, Assim levaste o pranto e o enleioPara onde? Gotas de intenso cinismo. Não me sentira com amargo luar E de seu seio de fome esquecida Apoderei-me com sublime pesar. Pois que da madrugada vívida Restou-me o vestígio do suspirar No lugar onde a veia corre perdida. Itacoatiara-AM, 24 de junho de 2020.

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Soneto dicotômico

Se a tenho nada mais posso sentir, Pois a lírica dor torna-se fraca Diante desta força firme e opaca Que transpassa o ilusório existir. Se a tenho nada mais me entristece, Pois sua presença preenche meu medo E como um transcendente enredo Devora-me como à morte padece. Se a tenho meu sonho é real Como a nuvem que traz a chuva E transborda o ser em espiral. Se a tenho não há nenhum mal, Nem mesmo a maior das dúvidas: Será ela de um plano carnal? Itacoatiara-AM, 21 de junho de 2020.

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Soneto ao adeus

Deixo a vida como deixo o sono E sobre os percalços da auroraVou seguindo para o lado outrora Onde estive calcado no engano. Quanto ao tédio, anseio de estória, Posso alimentá-lo com o fimDeste enigma que paira sobre mim E devora todos planos, a história. Deixo este mundo como louco E desse adeus metafísico Esboço meu verso franco. Quando mais este leve e rouco Soar do peito quase físicoEste abismo de hipérbato branco. Itacoatiara-AM, 21 de junho de 2020.

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Soneto do silêncio

A tristeza me invade na madrugada Quando o frio do luar atravessa a janela, Quando no calor dos versos vejo a morada Dos meus tristes sonhos dentre as velas. E o silêncio vem nesta amarga encruzilhada, Sua doce voz quase a sussurrar na estrela Do espelho que não reflete a enseada; Quisera eu ter reflexo desta noite bela. Quase sacra é a sua serena estrada Onde minha dor não vê a escuridão, Onde a flor ainda nasce na calçada. Quase a suspirar, esta frágil espada Que atravessou meu invisível coração E em uma só voz não disse nada. Itacoatiara-AM, 20 de junho de 2020.

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Soneto dúbio

Dar-te-ei a semente deste verso Em forma de conspícuo labor, Quando de tua pele soar o temorNão te preocupes, pois será inverso. Sairá de ti o âmago convexo, Pois das emoções restará o amor E da eternidade restará fervorCom silícios de sentimento desconexo. Se não entendes o porquê inepto Deste soneto feroz e angustiante, Terei de ser um mensageiro fértil. Por que não vês além do desértil Verso que está quase distante Deste incolor sentir disperso? Itacoatiara-AM, 20 de junho de 2020.

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Soneto e emoção

Um soneto, uma só emoção Como verso de piedade E ritmo da escuridão,Um só gosto de saudade. Uma só dor em contramão, Um só caminho à liberdade E como desgosto de ilusão Tem-se seu fruto que invade. Tem-se do peito o frio cálido Das correntes que prenderam Sua mente, seu tom pálido. E destas vezes que prenderam O seu esplendor impávido,As emoções finalmente vieram. Itacoatiara-AM, 24 de junho de 2020.

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Soneto em lírio

E em tom esparso de acalanto Vou ressoando a espuma Desta etérea foz de brumaQue me tem sobre o véu, espanto. Como em rumo de trova e manto Vou de encontro à plumaQue me vem sobre a ternura Deste airoso fel de pranto. Como nefasto grito de engano Devasto em sopro meu delírio E desfaço meu garboso plano. Como lira de martírio Vou eternizando o dano Causado pelo doce lírio. Itacoatiara-AM, 25 de junho de 2020.

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Soneto em redondilha menor

Uma noite sem rumo Prende-se no gritoE em turvo rito Perde-se em sumo. Serene mel vívido Destoa pranto raso E em firme passoRetrai um tom ríspido. Como em frágil céu, Encanto em símile Caminho de rosa. Como em largo réu Tem-se frágil glosa, Redondilha ao fel. Itacoatiara-AM 24 de junho de 2020.

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