Poemas Póstumos De Um Poeta Vivo é um livro de poesias que evoca um lado muito profundo dentro do objeto de escrita do autor.

Trata-se de um momento reflexivo onde o mesmo indagou-se que, se por um acaso morresse hoje, o que deixaria de bom para a sociedade, se suas obras impactariam dali adiante, se iria ser esquecido ou não, ou se sua obra seria atemporal para sobreviver nos séculos futuros.

Nesse livro você irá encontrar:

  • Temas polêmicos sendo abordados de maneira implícita ou explícita para não chocar (ironia):
  • Relações com a realidade encontrada no ano que já passou, bem como algumas críticas das ações desproporcionais e tirânicas de alguns;
  • Reflexões sobre temas sensíveis como depressão e suicídio, algo que também aumentou ano passado;
  • Relação entre o ser humano e a própria alma, visto que muitos passaram a conhecer-se depois do isolamento feito à força;
  • Exposição clara de sentimentos, sem a falsa impressão de que o mesmo seja forçado.

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Capítulos

Soneto comprimido n°08

Como és feito aurora da tarde belaOnde escrevo sobre veredas de paisagemE a ti transcrevo os laços de tudoO que de derradeira eternidade sinto;E por mais que dure enquanto mudo,Por mais que sintas toda miragemQue de teus olhos me jogam fundo. Já não minto mais sobre as trevasE por mais que transpareça racionalBem no fundo do apertado peitoHá um intenso desejo animal;Já que pudera escrever à margemDeste tempestuoso vento magistral,Posso dizer a ti que não mais aguento. Itacoatiara-AM, 27 de junho de 2020.

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Soneto da amizade

Tenho a ti o maior e fiel apreçoE sem ti não viveria, pois seria vazio;Sem ti nada poderia ter endereço,Pois caminharia sobre aço bravio. Mas quando está aqui me sinto bemE a ti exponho todo meu problema,Do mais simples ao de maior emblema;Não vês como és tão mais além? Nos dias tristes posso te abraçarE em teus ombros posso esquecerDe todas as angústias a assombrar. Ah! Pois morreria sem te terNos dias frios, sem poder contarCom sua amizade para preencher. Itacoatiara-AM, 21 de junho de 2020.

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Soneto da inspiração

Inspiro-me em teus traçosE meu refúgio torna-se esbeltoComo os infinitos braçosQue percorrem trilho incerto. Inspiro-me no desenho escasso,Pois de sua escassez posso entenderOs mínimos detalhes de um passoE de movimentos a se autopreencher, Inspiro-me na correnteza da luz,Na companhia da pétala solitária,No enigma da esperança inata. Inspiro-me no sonho que reluz,Até mesmo na ferida árida,Até mesmo onde há tudo e nada. Itacoatiara-AM, 21 de junho de 2020.

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Soneto da memória

Vou atravancando a memóriaQue tive no silêncio do sentir,Que tive no momento que viO fragor da mente ilusória. Demasiadamente a fingirOs sentimentos da história,Onde tem-se o brilho de glóriaDos gritos ecoados pelo rir. E assim posso quase sonharCom o mesmo tom de agoniaQue no abismo a chorar. E como em terna melodia,Eterna fonte a encontrarSolstícios da eterna poesia. Itacoatiara-AM, 24 de junho de 2020.

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Soneto d’aurora

Esta manhã que inicia lentamenteEstá alimentando o caminho da aurora;Límpida tez que me tem suavementeComo que em prantos, delírio de outrora. Como um pássaro a caminhar perenementeVou destoando a rústica e insensível floraQue distrai meus olhos quase que de repente,Que destrói meus sonhos de agora. Doce relva que em pluma à nuvemEsconde seus rastros de raízes cadentesSobre o peito do soluço que aflora. Como não tens este símbolo de ferrugemSe a cada amanhecer me tens em frenteAo brilho que entoa sua memória? Itacoatiara-AM, 20 de junho de 2020.

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Soneto de amar

Hei de morrer ao teu ladoEm sepulcro vívido de saudade,Em beleza infinda de vontadeSem medo, como se obstinado. Hei de todo dia ser lisonjeadoAo lado teu como inteira metadeE na mais oblíqua liberdadeHei de cantar ao ser resignado. Hei de fingir quando precisarE no primeiro vestígio de segundoHei de seu engano, fragilizar. Hei de construir mais a fundoEste tentáculo de brilho infindoQue regenera o ser mais profundo. Itacoatiara-AM, 23 de junho de 2020.

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Soneto de amor dependente

Quase que de repente, entregou-seA alguém que mal conhecia, por espanto;E quase sem sentimento apaixonou-seE por saudade isolou-se num canto. Tudo se preencheu na chuvosa noite,Confundiu-a com uma vida de certezaE por curiosidade, como num açoite,Acostumou-se ao engano, à incerteza. Pôs-se na mente um personagem felizE por tempos acreditou na farsa inventadaDaquela chama apagada de um amor. Mas, quase como tudo por um triz,Enganou-se após a noite encantadaE na mesma mentira, decerto, acreditou. Itacoatiara-AM, 21 de junho de 2020.

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Soneto de amor intenso

Meu amor, como és tão florida!Teus laços me envolvem a vida,Teu perfume é como líquor de amorE teu gosto é como o mel da mais bela flor. Como me tens em tua voz garrida!O silêncio que transpassa em tua idaÉ tão amargo como a maior dorE tão letal quanto a mais cruel cor. Não se despeça de meu coração,Pois és fruto de um sonho intensoQue nasceu de uma ilusão. Pois que a dor desta paixãoRetrai o peito em vazio imensoRestando-me a mais real solidão. Itacoatiara-AM, 20 de junho de 2020.

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Soneto de partida

Quando a vejo partir na tardeÉ como se o tempo parasseE ao seu delírio a frieza soass Em tons de misterioso alarde. Quando a prole, canto covarde,Inunda quase como se falasse,A língua se há dias não cantasse,Não temeriam este fogo que arde. E assim eu poderia chorarComo a criança que navegaPor entre as cinzas do ar. E como andorinha cegaPoderia finalmente partirPelo vale que a tristeza rega. Itacoatiara-AM, 22 de junho de 2020.

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Soneto de separação

De repente, fez-se de apagada a última chama,E o que parecia silencioso e calmo e profundoTornou-se parte de um martírio em drama,Tornou-se frio como se fosse submundo. Logo, fez-se distante o que se foi presente,E o toque que se fez conforto e companhiaTornou-se pálido, sem vida e impaciente;Como se não existisse, sumiu ao fim do dia. E não mais que de repente a noite tristeA trouxe sobre os lençóis como perfumeE de seu esboço no céu restou a tempestade. Quase que de repente sua voz ainda resisteE sussurra como um apagado vagalumeE lentamente desfaz minha outra metade. Itacoatiara-AM, 21 de junho de 2020.

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