Poemas Póstumos De Um Poeta Vivo é um livro de poesias que evoca um lado muito profundo dentro do objeto de escrita do autor.

Trata-se de um momento reflexivo onde o mesmo indagou-se que, se por um acaso morresse hoje, o que deixaria de bom para a sociedade, se suas obras impactariam dali adiante, se iria ser esquecido ou não, ou se sua obra seria atemporal para sobreviver nos séculos futuros.

Nesse livro você irá encontrar:

  • Temas polêmicos sendo abordados de maneira implícita ou explícita para não chocar (ironia):
  • Relações com a realidade encontrada no ano que já passou, bem como algumas críticas das ações desproporcionais e tirânicas de alguns;
  • Reflexões sobre temas sensíveis como depressão e suicídio, algo que também aumentou ano passado;
  • Relação entre o ser humano e a própria alma, visto que muitos passaram a conhecer-se depois do isolamento feito à força;
  • Exposição clara de sentimentos, sem a falsa impressão de que o mesmo seja forçado.

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Capítulos

Soneto ao teu corpo

Como este esbelto e dócil semblanteTira-me a dúvida de que a perfeiçãoReside sobre a noite dançanteE que a mim ainda exala paixão. Seu cheiro de rosa amanteE seu beijo a peito anfitriãoSob o raio de solo cortanteAlimentando minh’ilusão. Seu toque à meia noiteAo grito de nome à volúpia,Leve grito alçando vertigem. E como se fosse dinamiteExplode sobre a fuligemDa brasa mais triste. Itacoatiara-AM, 26 de junho de 2020.

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Soneto branco da alma

Quando meu pensamento sai do corpoE as estrelas caem do asfaltoSinto-me na armadilha brancaDa poeira que nasce no alto. E a vertigem de meus olhosCaminha perante o silêncioNa sua demasiada tristezaTrazida pela força do vento. E eu me lembro de seu abraçoE do quanto seus versos tocaramMeu invisível e triste deserto. Oh! Pois que os mesmos entraramNo subconsciente quase abertoNa alma de emoção no aço. Itacoatiara-AM, 26 de junho de 2020.

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Soneto branco do sonho

Esperei-te na semente da raizDa árvore mais antiga do céuE quando pude finalmente ver-te,Aqueceu-se o coração como mel. E o negro luar com sua branquitudeAfugentou os meus lírios de poetaE pude ver como bastante e amiúdeA sentença de paixão em flor aberta. Um sussurro dos lábios teus me beijouE toquei-te a pálida tez maciaComo toca-se uma pétala de flor. E por sorte o tempo não apagouO respirar da mais sublime poesiaNo fim deste sonho que abrasou. Itacoatiara-AM, 26 de junho de 2020.

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Soneto comprimido n°01

Há-se que contentar-se com o dramaDeste chão que esconde o gritoDestas dores que constroem a tramaDo poeta, em amanhecer bonito;Há de mostrar-se perante ritoDe encruzilhadas em contramãoAo mais alto tom fétido e garrido. Há-se de celebrar a última chamaE mostrar-se diante ao céu escuro;Há-se de compenetrar-se a quem amaComo fonte de singelo amor puro.Ah! Mas há-se de conter a morteComo derradeiro e servo norteApagar do delírio de quem clama. Itacoatiara-AM, 27 de junho de 2020.

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Soneto comprimido n°02

Desfez-se como solo árido o clamorDiante ao íngreme solstício de outono,A primavera desvaneceu toda corComposta pelo anacoluto tristonho;Manobrou-se como chuva de sonho,Impávida e brânquia cortina de florEmpalidecida com o soar de seu trono. Insistiu no andar pela esquinaDos versos que lhe corromperam,Na bela curva da aurora meninaOnde seus dedos interromperam;Desfez-se como cântico de voz finaOnde os entulhos se corromperamPerante o sabor da doce melodia. Itacoatiara-AM, 27 de junho de 2020.

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Soneto comprimido n°03

Os embaraços dos ventos do horizonteTrouxeram o teu leve cheiro a mimE com suave gosto quase me perdiCom a paixão que enlutou no recante;Airada sobre mais alto monteE como ave de duradouro partirSua vívida voz ressurgira distante. E como lembro de sua veste amiúde,Retalhada com o encanto pervencidoMostrando sua bela juventude,Sem percalços de caule perdido;Do coração não viera plenitude,Apenas um recitar esquecidoPela inexistência de efêmero alude. Itacoatiara-AM, 27 de junho de 2020.

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Soneto comprimido n°04

Diga a ela que já não sou o mesmo,Que dos lábios altivos e poéticosHá-se uma melancolia silenciosa,Porém que me devora por dentro;Diga que nos cantos desérticosRefugio-me com incerteza sigilosaE que choro sem nenhum relento. Diga a ela que o vazio sente-se sóE que nas veredas deste solo tristeNem mesmo posso gritar seu nome,Pois nem mesmo força existe;Apenas diga que a morte consome,Que o céu traz sua face que insisteQue já não há como esquecer seu gosto. Itacoatiara-AM, 27 de junho de 2020.

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Soneto comprimido n°05

Um toque feliz recai sobre o cantoE sobre seus ombros o escarcéu alegreQue destoa das nuvens pairadasSobre sopros dos pássaros em pranto;E com suas mentes cansadasVisto-me com retalhos de acalantoConcebidos por silêncios entregues. Por obséquio de séquito vertigemReencontro-me em seu toque servilComo bastião de alegre ferrugemQue canta sobre o brasão que partiste;Como quisera em dias sem nuvemPoder folhear a alma austera e bravio,Mas acontece que sou triste. Itacoatiara-AM, 27 de junho de 2020.

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Soneto comprimido n°06

A quem fazes jus desfenestrou-meQuando em sua mente quase entreiE quando o ávido suspiro lhe dei,Como denotas sobre invisível posto,Quase à entrelinha de seu sumo apaguei;Pois que não me viera como desgosto,Apenas como cinza que rabisquei. Como quisera deflorar o anseioEm pétala de poeta, a que desenhouNas tardias madrugadas de veraneio,As que de nada em tempos adiantou;Como se sua voz, em falhas, completouAs mentiras pelas quais se isolouEm seu próprio desejo, que presenteio. Itacoatiara-AM, 27 de junho de 2020.

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Soneto comprimido n°07

Como viagem tenho a ti na noiteE com suas falas morosas à madrugadaTenho teu mais íntimo toqueEmbranquecido com bruma inata;Como anjos cantando em desfoque,Estrelas dançando com o nadaE pairando sobre nossas cabeças. Por mais que a branda incertezaSobrevenha sobre segundos depois,Se há de ser de eterna belezaOu vestígios de seu perfume no ar;Se há de ser de intenso sonhar,Ou se tudo terminará em friezaAntes mesmo de chegar ao altar. Itacoatiara-AM, 27 de junho de 2020.

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