Poemas Póstumos De Um Poeta Vivo

Poemas Póstumos De Um Poeta Vivo é um livro de poesias que evoca um lado muito profundo dentro do objeto de escrita do autor.

Trata-se de um momento reflexivo onde o mesmo indagou-se que, se por um acaso morresse hoje, o que deixaria de bom para a sociedade, se suas obras impactariam dali adiante, se iria ser esquecido ou não, ou se sua obra seria atemporal para sobreviver nos séculos futuros.

Nesse livro você irá encontrar:

  • Temas polêmicos sendo abordados de maneira implícita ou explícita para não chocar (ironia):
  • Relações com a realidade encontrada no ano que já passou, bem como algumas críticas das ações desproporcionais e tirânicas de alguns;
  • Reflexões sobre temas sensíveis como depressão e suicídio, algo que também aumentou ano passado;
  • Relação entre o ser humano e a própria alma, visto que muitos passaram a conhecer-se depois do isolamento feito à força;
  • Exposição clara de sentimentos, sem a falsa impressão de que o mesmo seja forçado.

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Capítulos

Soneto à chuva

A chuva cai lentamenteE leva embora meu rústicoE perene silêncio de amar,Quase que de repente. Sobre suas gotas a correnteQue me prende sobre tudo,Nos desertos e retalhos do ar,Quase que como desejo mudo. Quando subtrai-lhe o medo,Resgato o vívido anseioDo impávido abismo invisível. Quase que como tez sensível,Avisto-lhe sobre solene devaneioNas anedotas de flúor tangível. Itacoatiara-AM, 27 de junho de 2020.

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Soneto à madrugada

O pequeno feixe de luzNasce na velha janelaE traz lembranças dela,E ao peito sorri e reluz. Lembro-me do olhar calmoQue transmitira a manhãE do doce toque, puro afã,Sua voz era triste bálsamo. Vestiu-se sobre retalhos meusE foi-se com sua pele de hortelãA outras madrugadas do amor. Pois que eu quisera os lábios teusUma vez, até a eternidade, amanhãAté consumir todo manto de fervor. Itacoatiara-AM, 26 de junho de 2020.

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Soneto à morte

Ah, morte! Venha a mim em um dia frioOnde eu esteja com saudade de alguém,Onde eu escreva triste para contar ao alémQue não mais vejo meu reflexo no rio. Ah, morte! Ao menos venha gentilE me lembre que ainda fui alguém,E que por mais que pudesse ir alémNão mais sentia prazer servil. Ah, morte! Ao menos me lembreQue as palavras ainda têm poderE que com elas posso repetir tudo. Ah, morte! Ao menos tenteQue este diminuto e frio serAinda possa ter seu airoso escudo. Itacoatiara-AM, 20 de junho de 2020.

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Soneto à perfeição

Despeço-me da manhã como se fosse o solE na noite planto minhas raízes sobre o chão,Não mais que lentamente me sinto sóTransportando pelo ar toda sua amplidão. Quase a suspirar sobre o aço do nóFeito pelas camadas da imaginação;Não mais que lentamente sei de corQual caminho leva à escuridão. E pelo vale desta tangente construçãoVou guiando meus passos lentosA caminho da derradeira constelação. E pelo cálice feito em contramãoVou guiando em direção aos ventosQue traduzindo toda esta perfeição. Itacoatiara-AM, 21 de junho de 2020.

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Soneto à poesia

Meus olhos ainda veem o horizonte,Mesmo que turvo, obscuro e sombrio;Meus olhos ainda sentem frio,Ainda transpassam as fontes. Pois quando avisto a etérea ponteA tempestade dissolve o fioQue interliga os traços deste rioOnde navego na verve de um monte. Quando avisto a derradeira calmariaEstilhaçada com as vestes do sonho,Em sumo à primeira voz tardia. Quando este segundo de ventaniaTraz consigo um verso tristonhoPosso dizer que é eterna minha poesia. Itacoatiara-AM, 20 de junho de 2020.

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Soneto a um desabafo

Como quero acreditar que ainda estás aqui,Que ainda sentes como se fosse a primeira vezQuando os lábios se unem, como tudo se fez,Como se cada segundo não tivesse seu fim. A melancolia e incerteza que invadem a mimNão mais que perduram os gritos sem cor,Não que mais criam esta fonte de horror,Não mais que alimentam este falso rir. Quando mais poderei ter seus segredos?Pois cada minuto parece ser uma mentira,Cada século parece ter sua própria história. Pois que não posso continuar nesta vitrinePreso a este sentimento tomado em ira;Pois que seguirei os rastros da memória. Itacoatiara-AM, 21 de junho de 2020.

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Soneto ao luar

Oh! Lua branca, lua de seda, lua macia,Dê-me sua ternura a invadir meu rosto,Dê-me seu brilho e seu límpido gostoE de seu mistério, dê-me sua sabedoria. Oh! Lua nua, com sua pele brandaDê-me todas as inspirações para escrever,Mesmo que sejam amargas de se ler,Mas quero sentir este inspirar que desanda. Oh! Este luar que brilha no céuÉ o mesmo que se torna espelho d’águaE nos reflete perante o minuto de dor. Oh! Lua diminuta, dê-me seu melPara que possa retirar todas as mágoasDo lugar onde avisto teu esplendor. Itacoatiara-AM, 21 de junho de 2020.

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Soneto ao pensamento

De dia escureçoÀ tarde imploro,À noite amanheçoE os versos decoro. E quando escureçoÉ quando devoro,Horas enlouqueçoNo ar que apavoro. E as cinzas bucólicasMentiram ao ventoDe linhas melódicas. Assim turvo o tempo,Enlouquecer insólito,Tornou-se pensamento. Itacoatiara-AM, 26 de junho de 2020.

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Soneto ao poeta

Sou poeta não porque faço poesia,Mas porque sinto o que escrevo,Porque da grande raiz ao pequeno trevoÉ verdadeiro cada verso, cada melodia. E quando nada parece ter energiaBusco no fundo da alma um motivoE desvanecendo ele surge vivoDepois da inoportuna maresia. Sou poeta porque revejo o sonho,Porque vejo cada detalhe das trevasE tiro delas a melancolia tardia. Sou poeta porque mesmo tristonhoAinda consigo sentir as estrelasE ainda caminho sobre sua harmonia. Itacoatiara-AM, 21 de junho de 2020.

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Soneto ao romantismo

Quisera o solo arraigado de jardimConceder-te espaço como ouro,Que seria como deleitoso couroA navegar pelo fosco cetim. Seu infindo e rústico tesouroDar-se-iam com o sopro do clarimE esvair-se-ia o sentimento ruimComo se tivesse incerto logradouro. Entre as curvas de antemãoDadas pelo incutido calabouçoA caminho das grades em construção. Deu-se indefinido no que ouçoNesta estrada de largo coração,Linha de curvas ao poço. Itacoatiara-AM, 26 de junho de 2020.

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