E em tom esparso de acalanto
Vou ressoando a espuma
Desta etérea foz de bruma
Que me tem sobre o véu, espanto.
Como em rumo de trova e manto
Vou de encontro à pluma
Que me vem sobre a ternura
Deste airoso fel de pranto.
Como nefasto grito de engano
Devasto em sopro meu delírio
E desfaço meu garboso plano.
Como lira de martírio
Vou eternizando o dano
Causado pelo doce lírio.
Itacoatiara-AM, 25 de junho de 2020.