Esta manhã que inicia lentamente
Está alimentando o caminho da aurora;
Límpida tez que me tem suavemente
Como que em prantos, delírio de outrora.
Como um pássaro a caminhar perenemente
Vou destoando a rústica e insensível flora
Que distrai meus olhos quase que de repente,
Que destrói meus sonhos de agora.
Doce relva que em pluma à nuvem
Esconde seus rastros de raízes cadentes
Sobre o peito do soluço que aflora.
Como não tens este símbolo de ferrugem
Se a cada amanhecer me tens em frente
Ao brilho que entoa sua memória?
Itacoatiara-AM, 20 de junho de 2020.