Diga a ela que já não sou o mesmo,
Que dos lábios altivos e poéticos
Há-se uma melancolia silenciosa,
Porém que me devora por dentro;
Diga que nos cantos desérticos
Refugio-me com incerteza sigilosa
E que choro sem nenhum relento.
Diga a ela que o vazio sente-se só
E que nas veredas deste solo triste
Nem mesmo posso gritar seu nome,
Pois nem mesmo força existe;
Apenas diga que a morte consome,
Que o céu traz sua face que insiste
Que já não há como esquecer seu gosto.
Itacoatiara-AM, 27 de junho de 2020.