Como quero acreditar que ainda estás aqui,
Que ainda sentes como se fosse a primeira vez
Quando os lábios se unem, como tudo se fez,
Como se cada segundo não tivesse seu fim.
A melancolia e incerteza que invadem a mim
Não mais que perduram os gritos sem cor,
Não que mais criam esta fonte de horror,
Não mais que alimentam este falso rir.
Quando mais poderei ter seus segredos?
Pois cada minuto parece ser uma mentira,
Cada século parece ter sua própria história.
Pois que não posso continuar nesta vitrine
Preso a este sentimento tomado em ira;
Pois que seguirei os rastros da memória.
Itacoatiara-AM, 21 de junho de 2020.