Como uma névoa que paira no espaço
Junto a uma estrela que brilha no céu,
Junto ao pinheiro que denota o cansaço
Dos homens que se encontram sob o véu.

O faminto trilho sobre as nuvens
Mostram o espelho doente do mundo,
E sobre a mesa o pobre menino
Recita seus poemas em verso mudo.

Nesta época sem ventos seguros,
Os costumes que outrora revestiam
O coração da humanidade em tudo,
Podem tornar-se símbolo do fim.

O abraço da mãe emocionada
Não pode ser tão distante…
O beijo da mulher amada
Não pode tornar-se infame.

Nas salas obscuras da ceia,
As luzes natalinas encantam
Os resquícios de vidas libertas
No presépio de augusta esperança.

Não deixemos que destruam os sonhos,
Não deixemos que nos matem em vida,
Que nos prendam em nossos lares
E nos digam qual aurora é florida.

Não deixemos de ver a luz do sol,
Não deixemos de respirar intensamente
Pelo medo construído pelas ímpias mãos
Que querem iludir a fraca mente.

Não deixemos que tomem nossas escolhas,
Que saibam o que é melhor ou não;
Não deixemos que em nosso peito morra
O amor pelo Deus que tudo fez.

Mas deixemos que neste natal
Os suspiros do majestoso infinito
Nos tragam novos horizontes
Sem armadilhas, sem mais conflitos.

Como uma névoa que paira no espaço
Junto a uma estrela que brilha no céu,
Junto ao pinheiro que denota o cansaço
Dos homens que se encontram sob o véu.

Itacoatiara-AM, 21 de dezembro de 2020.

 
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