Quero que minha nova versão
Seja mais intensa que esta,
Que o ar nos pulmões se intensifique
E que minha ilusão não me impeça
De correr ainda mais para frente.

Quero que esta versão não imite
A limitação de almas doentias,
Almas que se escondem nos cantos
Com medo de algo, que de fato existe,
Mas deveria nos unir ainda mais.

Quero que a nova versão seja mais viva,
Mais humana, menos subserviente ao incolor;
Quero sentir o cheiro das flores, as gotas
Da chuva; quero ver a cor gélida das rosas,
Quero ver o pôr do sol, as nuvens sem pudor.

Quero abraçar quem amo, até quem detesto…
Mas quero viver, quero liberdade, quero ser gente;
Quero sorrir, quero contar as estrelas no céu,
Quero viajar a lugares que nem sequer existem…
Mas quero sonhar novamente em dias melhores.

Quero flutuar em meus próprios versos,
Quero ver as estradas, as montanhas, as rochas,
Os rios, as praias pastosas, os campos de areia;
Até quero ver, quem sabe, os faróis luminosos,
As gramíneas da paz, as ondas dos mares viçosos.

Quero ser poeta novamente, quero tocar os versos,
Quero sair às ruas vazias a declamar minha dor…
E finalmente, quando cansar de quase tudo,
Quero sequer morrer sem ser mais esquecido,
Quero sequer querer sem ser mais interrompido.

Itacoatiara-AM, 30 de dezembro de 2020.

 
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