Se vieres com teu infinito encanto
Nada poderei te dar senão poesia,
Pois mesmo com versos de espanto
Ainda há pranto a sonhar no dia.
Se vieres com teu astuto perfume
Hipnotizar minha mente de poeta,
Saiba que há ao teu lado um vagalume
Desenhado pela minha ilusão submersa.
Se vieres a cantar nos meus ouvidos
O leve canto do sabiá d’aurora doentia,
Saiba que nos cantos de tom enrijecido
Há uma paupérrima e frágil ilha.
E essa ilha é cada abismo que há em mim,
É cada toque de tua sombra de flor.
Oh! doce amada do errante e desesperado fim,
Nada darei a ti senão a prova de ardente amor.
Itacoatiara-AM, 12 de setembro de 2020.