Poemas Póstumos De Um Poeta Vivo

Poemas Póstumos De Um Poeta Vivo é um livro de poesias que evoca um lado muito profundo dentro do objeto de escrita do autor.

Trata-se de um momento reflexivo onde o mesmo indagou-se que, se por um acaso morresse hoje, o que deixaria de bom para a sociedade, se suas obras impactariam dali adiante, se iria ser esquecido ou não, ou se sua obra seria atemporal para sobreviver nos séculos futuros.

Nesse livro você irá encontrar:

  • Temas polêmicos sendo abordados de maneira implícita ou explícita para não chocar (ironia):
  • Relações com a realidade encontrada no ano que já passou, bem como algumas críticas das ações desproporcionais e tirânicas de alguns;
  • Reflexões sobre temas sensíveis como depressão e suicídio, algo que também aumentou ano passado;
  • Relação entre o ser humano e a própria alma, visto que muitos passaram a conhecer-se depois do isolamento feito à força;
  • Exposição clara de sentimentos, sem a falsa impressão de que o mesmo seja forçado.

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Capítulos

A ausência da mulher amada

Quero-te como flor da noite,Como fonte ambígua de emoções,Como favo de mel em tez de açoiteA reverberar sobre vis tensões. Quero-te como um loucoAo qual se entregaste na tarde.Quero-te num tom além de rouco A gritar pelo lábio covarde. Quero-te além da sensualidade,Além dos céus que me fazes ir. Quero ver-te além da tempestade,Além da madrugada que espero por ti. Quero-te até com todos os defeitos,Com toda impureza de  teu  corpo,Pois se não sou impuro de querer-te,Tenho sorte de te ter mais um pouco. Quero-te até a eternidade profunda,Quero-te como pólvora da existênciaPois se te tenho como não tive nunca,Não se vá… oh! Que dolorosa ausência. Itacoatiara-AM, 03 de agosto de 2020.

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A dor do esquecimento

Quem irá vestir-me no dia derradeiro?No meu leito solitário, apenasConsigo ver minha mãe a chorar,Alguns olhos inundados em falsidadeE algum sujeito a ignorar. Quem irá recitar minha partidaCom o poema mais profundo?Quem irá jogar flores perfumadasCom a saudade mais atormentadaDa amizade sincera do mundo? Será que a morte virá mais cedo?Agora? Quando estiver criandoOs versos da juventude inesperada?Será que farei falta a alguém?Será que o vazio preencherá a morada? Quem visitará meu túmulo perdido?Quem irá lembrar como o vento Dos dias em que estive vivo?Ah! Nem por um momentoConsigo pensar em ser esquecido. Haverá alguém a ler meus versos?Haverá filho a chorar na noitePara estrela a brilhar no céu?Haverá uma esposa a cair no silêncioAo lembrar-se do límpido véu? Será que terão boas lembranças?Será que a vida não é só uma ilusãoQue é esquecida após uma semana?Haverá alguém a guardar-me no coraçãoComo a pureza da mais bela criança? Oh Deus!

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A flor dos meus sonhos

São lábios macios e recheadosDe desejos exalados pelo universo,São a magia de toques incendiadosE de murmúrios um tanto estonteadosPelo prazer de um sonho disperso. São jardins com perfume adocicado,Uma estrela a brilhar constantementePelo frio e pelo calor de amor em grado,Bem mais que um dia de teor amordaçadoPelos instintos que te veem pela mente. São abraços na invisível ternuraA isolar minha ilusão de campos tristes.Oh! Doce pensamento de alma impuraDe ter-te bem mais que clausura,Bela flor de lábios largos e firmes. Itacoatiara-AM, 07 de agosto de 2020.

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A poesia está morta

A poesia está morta,Morta como uma pedraE em sua pele friaOs resquícios dos versos,A palidez do último dia. A poesia está morta,Morta como quem a faz,Como o poeta que vê seus olhos,Como o abismo desesperadoNa escuridão mordaz. Morta nas cinzas do esquecimento,Contra as paredes de aço no vento;Morta, sem sombras, sem refletirA última tristeza do peito,Sem ter o primeiro relento. Quem a lê já não viveE das lágrimas de sangue enxutasA mancha negra se infiltra na alma;Mas morta como quem morreu,Não como quem deseja amá-la. A poesia está morta,Sem chance de respirar sua dor,Sem chance de viver por amor;Morta, esmagada pelos sentimentosQue já não batem em sua porta. Beija à face do solitário rio,Já sem correntezas e braços;Afoga-se no mar secoE encontra-se na praiaÁrida onde não há deserto. O sol já não lhe aquece mais,A lua já não lhe inspira,A rosa já não tem cheiro…E agora? Há ainda virtudeNo seu

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A tristeza enferrujada

Vejo a sombra da pálida noiteCom o triste e carpido olharCuja vontade de viver felizDesmoronou sobre o ar. Não me viera tanta dor noutros temposQuando o frio não me batera na espinhaCom o arrepio de tristeza no vento…Como não esqueço das noites minhas! Oh! Alegre e impávido silêncioQue preencheu-se da dor infinita,Como não me era tão dolorosoAté nas mais graves feridas? Oh! Que aperto de agonia intensaQue enluta meu amargo peito,Como não vieste na flor densaQue perfumava o que me era perfeito? Não me batera tanta saudadeDa infância em momentos tardis,Pois que me era vaga lembrança,Mas não preenchera os tempos de criança. Como me ergues, tempos antigos?Pois se de ti era a real felicidadeComo esta máscara covarde da agoniaInsiste em ser a outra metade? O sorriso enferrujado e opacoJá não reflete no espelho da alma,Cada vez mais triste e fraco…Oh! Só a morte me dá calma. Itacoatiara-AM, 17 de agosto

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Amo-te

Amo-te tanto com a loucura desesperadaDe um quântico toque de dor profunda.Amo-te com a razão da filosofia angustiadaA vagar por esta selva incolor e desvairadaQue com o toque até a escuridão inunda. Amo-te sem contar as horas que passam,Sem rever os conceitos ilusórios da mente.Amo-te como as andorinhas que cantamPerante à cor que aos seus olhos espantamAté a ferida mais feroz que as prende. Amo-te como réu de sentimento escasso,Como uma praia que abraça o oceano.Amo-te até nas horas de amar ainda maisE nas horas de ancorar em teu seguro caisAs frases certas com meu sincero plano. Amo-te com teus defeitos inexistentes,E em pele pálida de teus lábios de melRefaço-me em trono firme e poéticoDentre os campos de canto desértico.Como leva-me a cintilante céu! Amo-te até quando odeio-te!O desejo que me cerca no instintoErgue este amor em passos floridosE quando há o derradeiro grito…Oh! É então que será infinito! Itacoatiara-AM,

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Ardente amor

Se vieres com teu infinito encantoNada poderei te dar senão poesia,Pois mesmo com versos de espantoAinda há pranto a sonhar no dia. Se vieres com teu astuto perfumeHipnotizar minha mente de poeta,Saiba que há ao teu lado um vagalumeDesenhado pela minha ilusão submersa. Se vieres a cantar nos meus ouvidosO leve canto do sabiá d’aurora doentia,Saiba que nos cantos de tom enrijecidoHá uma paupérrima e frágil ilha. E essa ilha é cada abismo que há em mim,É cada toque de tua sombra de flor.Oh! doce amada do errante e desesperado fim,Nada darei a ti senão a prova de ardente amor. Itacoatiara-AM, 12 de setembro de 2020.

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Loucura Inconsciente

A inspiração é como uma folha secaQue cai da árvore em dias de ventania,É uma solidão que se tem diante da tristezaEmpalidecendo toda a incolor melancolia. É como um outono com flores despetaladas,Um cemitério cheio de vida, risos e esperança,É como uma valsa sem acordes de dançaRevestindo a aurora seca e angustiada. Dá ao poeta a vida desconexa de sonhos,Encanta com sua pele rubra e macia;Dá ao brilho um tom de acalantoE ao pranto leva a doce poesia. É como uma floresta obscura e desvairadaSobre a calma onda do caudaloso rio,Mas sem sua dor não há moradaPara o louco descontrolado e frio. A inspiração é para poucas mentes,Pois há sinceridade em cada toque,Mas como entender esta loucura inconscienteSem ao rosto pálido não ficar sempre em choque? Itacoatiara-AM, 02 de dezembro de 2020.

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Não Há

Uma dúzia de amigos ao redor,Não há amigos…Aurora de sonhos na tarde,Não há aurora…Troféus brilhantes e carpidos,Não há conquistas…Abraços mútuos e alegres,Não há história…Fico diante do espelho,Não há reflexo…O vento sopra nas paredes,Não há ventania…O vidro opaco está em chamas,Não há melodia…E os olhos com lágrimas submersasSe abrigam onde não há saída.A voz silenciosa grita,Não há voz…A noite me traz inspiração,Não há madrugada…A vida me traz suspiros,A luz está apagada…E agora estou sozinho,Não há alvorada. Itacoatiara-AM, 10 de novembro de 2020.

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Não sou perfeito

Não, eu não sou perfeito.Não porque alguém me diz,Ou porque eu seja humano,Ou porque tudo seja relativo,É porque há um eterno engano. Quando eu olho pro horizonte,Nem sempre vejo uma luz ofuscada;Às vezes vejo um relógio calmo,Angustiado com a pressa das horas,Com o peso de seu embrião cortado. Quando eu passo pelo subconscienteSei que na esquina há um pensamento,E mesmo cansado, ele me alcançaE seu abraço é tão apertado, um lamento;É porque, mesmo sem por quê, há confiança. Não, eu não sou perfeito.Não porque a imperfeição me tenha,Ou porque eu esteja cansado deste mundo,Ou porque a tristeza invade bem no fundo;Há um cemitério de silêncio que grita. Quando a noite desce em meu quartoAs paredes gelam, e pela janelaVejo o reflexo do que não existe;E um pouco embaçado, o solstício da luaDevora meus versos, em soluço, insiste. Não, eu não sou perfeito.Não porque minh’alma está rabiscada,Ou porque meus pecados me

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