O título deste livro é bem sugestivo (tirado de uma poesia minha), alguém pode achar que tem algo a ver com a música da Legião Urbana chamada ‘Metal Contra as Nuvens’, mas não, são contextos diferentes.

Costumo pensar que cada verso meu é um desabafo, e que todo amadurecimento é registrado quando mais emoções podem ser sentidas nas palavras, quando você vê uma evolução.Basicamente, em linhas curtas, esse livro vai abordar quase os mesmos temas dos outros, mas está com um “molho” a mais: um ultrassentimentalismo.

Daí vem o subtítulo: Poesias que irão desconsertar teus íntimos sentimentos. Você não pode ler a poesia ‘O Verdadeiro Amor’ sem se emocionar; ‘Quando As Lágrimas Transbordam’ também é outra poesia que irá te tocar bastante, não irei citar todas as poesias expostas a seguir, mas é um estímulo para o leitor.

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Capítulos

Soneto orquestrado

O sentimento que me alimentaÉ uma orquestra quase infinita;É cada nota de uma melodia sedentaEm busca da flor mais bonita. E da flor, seu sumo e seu melCom seu amargo doce de veneno;E quando seu perfume me leva ao céu,Sua harmonia abstrai o cálice mais pleno. Outrora fora o encanto e a lendaQue moveste neste insípido fel,Na tez desta estrela garrida. Ah! Pois que me teve na fendaDeste pântano de invisível réu,Nesta enorme relva sem saída. Itacoatiara-AM, 26 de abril de 2020.

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Sonho antigo

Meu sonho é antigoComo o passarinho que vaga,Como o delírio que me prende,Como o fogo que ascendePelo vale da madrugada. Meu sonho é antigoComo a leve sombra do nada,Como o verso que não existe,Como a dor que, mesmo triste,De tão doída, torna-se amada. Meu sonho é antigoComo o sopro da cruzada,Como o vento da ternura,Como as rimas da canduraNa escuridão da encruzilhada. Meu sonho é antigoComo a prole da estrada,Como a melodia da beleza,Como a aurora da friezaNo submundo das calçadas. Fortaleza-CE, 01 de março de 2020.

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Sonho e delírio

Sobre a janela dos meus sonhosO encanto que, outrora, estava perdido;Um sonho que, de tão forte, tornou-se ambíguoE de tão triste, tornou-se, friamente, risonho. Sento-me na varanda de um casteloConstruído em um mundo sem pensamento,Onde todo o silêncio, em movimentoReconstrói, em sopros, o que espero. Se de tão confuso, tudo é sincero,Sinto-me num oceano de estrelas,E em cada escuridão, em gritos, reitero: Se de meu peito soar um doce delírio,Contento-me em apenas reluzir a tristezaQue, de tanto sonhar, atenuou-se em martírio. Itacoatiara-AM, 13 de fevereiro de 2020.

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Sou cabra da peste

Sou um imenso cabra da peste,Mas não vim do nordeste,Sou é do vastíssimo norte,Mais que bonito, cabra de sorte! Não fique com raiva, meu amigo,Não quero ofender quem é de lá;Aliás, somos do Brasil e unidosChegaremos ao mesmo lugar. Nossas regiões tão lindasFazem bem ao nosso país,Não importa se é 1 dos 5 cantos,Estando aqui é que sou feliz. Mas também não sou Quaresma,Não sou seguidor fiel de Nietzsche,Se for pra morrer lascadoPrefiro continuar com essa rinite. Que diabo é isso? Nem Freud explica!E se explicar, aí é que complica,E se explicar complicar, tu viras esquerdista,E em seus argumentos, taxações de ‘ISTA’. Vamos viajar para o berço da humanidade,Vamos lá ao túmulo de revolucionáriosPerguntar a eles como fazem para ser idolatradosPregando morticínios, lugares devastados. Vamos ser tão populistas quanto Vargas!Vamos aprender com a alma mais honestaComo que se faz para ser idolatradoEspalhando miséria no próprio lugar onde vive. Salve Napoleão!

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Sou o tudo e o nada

Sou como o sol que não se pôs,Sou poesia que perfura as águas,A profundidade da límpida estrela,O desabafo que expande a lágrima. Sou ametal contra o solo,Contra as nuvens esvaio o céu,Contra o oceano desfaço meu verso,Presenteando o amargo gosto, com mel. Sou poeta e finjo verdadeiras agonias,Ignorado, peço ao vento, piedade;Não leve meu singelo pensamentoCom sua força, seu fervor, sua tempestade. Sou a metonímia da alma,Vago sobre as linhas da estradaFeito um pássaro sem rumo,Feito uma raiz sem pétala, amordaçada. Sou uma constelação de melodias,Sou a solidão que traz a chuva,Sou fingidor, sem riso e sem tristeza;Sem horizonte, sem trilho, sem beleza. Assim, sou invisível colorido,Sou o silêncio espiral, íngreme;Sou o ar sem inspiração, sem morada,Sem harmonia, ventania, sem nada. Itacoatiara-AM, 18 de setembro de 2019.

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Tristeza

A tristeza que sobe em meu peitoÉ a mesma que desce em meus olhos,É a mesma que corre no ventoE traz o nascer do amargo sol. É a mesma que traz em correntesAs águas que regam meu rosto,É a mesma que chora sublimeEm cada traço de teu corpo. A tristeza vem lentamenteTraduzindo as cinzas dos céus,É a mesma que chora contenteEm cada cantiga de fel. É a mesma que desconstróiOs laços de cada morada,É a mesma que anda sozinha,Reverberando a tez da amada. A tristeza que sobe em meu peitoÉ a mesma que desce no vento,É a mesma que corre no espelhoE traz consigo a armadilha do tempo. Itacoatiara-AM, 05 de agosto de 2019.

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Um novo enredo

Desolado sob as sombras,No peito, o gosto de fel,Nos olhos, as lágrimasQue transfiguram o rostoDo sublime e triste desgosto,À procura de um esquecido mel. Isolado sob os devaneios,Perco-me distante, neste dia,Onde lembro-me das cinzas,Onde me visto escuridão,À procura de uma estaçãoOnde à dor, reveste a poesia. Escamoteado sob a amargura,Sem nenhuma estrela a brilhar,Vou navegando na devastaçãoÀ procura de um incerto destino;Há no fim, um início, um ensinoPerene, infinito, um caminho a trilhar. Mas como trilhar sobre vestígiosDe um deserto que não existe?Como encontrar o desconhecido,Se perdê-lo significa matá-lo,Isolá-lo sob as raízes de um falhoE desvairado oceano triste? O desconhecido vê-se num espelho,E o calafrio abraça seus medos,A incógnita desafia sua solidãoE o presente encontra seu renascer,O dia se comove com seu sofrerE cria, novamente, um novo enredo. Itacoatiara-AM, 30 de julho de 2019.

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Um suspiro

Nossos corpos um pouco distantes,Um tanto sem cheiro, sem emoção…Por que não olhas pro horizonteComo em uma constelação? Por que não vês que o coraçãoEstá corrompido pela ilusão?Como uma armadura que acorrentaA voz, e que chora em solidão. É um frio que congela a voz,Que destrói cada doce nóComo um trovão de sentimentosQue deixa no labirinto, seu tormento. E o suspiro deste tormentoDeságua como a eterna foz,Caminha pelo eterno ventoE pela eternidade se esvazia, só. Como num suspiro,Sem vento, sem abismo algum,Sem forças, sem grito nenhumVai desabafando, andando e caindo;Recaindo, sorrindo e construindo… E assim vem nascendo o solNo horizonte em que habita, sem dó,Destruindo seus raios sem luzComo se em sua alma, sem nada,Repousasse o que lhe conduz. Assim, toco em suas mãos,Sem ar, minhas amargas ilusões;Em teus olhos, remotos, um beijoRefletindo o incauto desejo, um suspiro.Apenas um suspiro. (Poesia inspirada na música ‘Un Sospiro’, de Liszt) Itacoatiara-AM, 30

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Verdades indigeríveis

Minha capacidade de persistênciaDe mostrar algo que ninguém quer verÉ indiscutivelmente o reflexo do fracasso,Talvez a solidão seja minha saída,Sem desistência de chorar e vencer. Mesmo que a vitória não seja vista,Interiormente onde há algo a sentir,Se ninguém enxerga além do que vêO erro não está na minha aparente tristeza,Pois é sozinho que rabisco o futuro. Com certeza é bom ter companhia,Mas é mais seguro não sofrer sozinho,Se não há onde pensar não há destino,Não há busca a beleza, um animal nascerá,Faminto pelo que de pior podes pensar. Talvez eu não precise de sua atenção,Mas ouça lentamente o que minha voz,Perplexa e grisalha de tanto não falar,Tem a dizer da subjetividade de tua opinião:Deixe sua impolidez guiar o egoísmo. Se não for tarde, compreender-te-ás.

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Versos desconexos

Contarei à metonímia perdidaQue li os rios ontem à noite,Que escrevi sobre a amarga feridaComo um sabiá canta à morte,Um adeus ao pranto sem vida. Escrevo sobre minha almaE a mente se esconde no arComo o suspiro da tarde pálida;Perdi-me, e nunca mais voltei de lá,Como uma sombra esquecida no olhar. A tarde traz meu reflexoE a chuva transborda minha dor;No contorno do horizonte convexo,As lembranças da aurora que passou. Escrevo sobre minhas cinzas,Um trovador em meio ao deserto;O outono reflete meus versos,Desconexos feito um pranto sem vida. Itacoatiara-AM, 01 de outubro de 2019.

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