O título deste livro é bem sugestivo (tirado de uma poesia minha), alguém pode achar que tem algo a ver com a música da Legião Urbana chamada ‘Metal Contra as Nuvens’, mas não, são contextos diferentes.

Costumo pensar que cada verso meu é um desabafo, e que todo amadurecimento é registrado quando mais emoções podem ser sentidas nas palavras, quando você vê uma evolução.Basicamente, em linhas curtas, esse livro vai abordar quase os mesmos temas dos outros, mas está com um “molho” a mais: um ultrassentimentalismo.

Daí vem o subtítulo: Poesias que irão desconsertar teus íntimos sentimentos. Você não pode ler a poesia ‘O Verdadeiro Amor’ sem se emocionar; ‘Quando As Lágrimas Transbordam’ também é outra poesia que irá te tocar bastante, não irei citar todas as poesias expostas a seguir, mas é um estímulo para o leitor.

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Capítulos

O nascer do sol

Quando nasce o sol,Seus braços clareiam o horizonte,Sua pele macia toca nas estrelasE elas adormecem e paralisamO luar poente, no olhar da tristeza. Os rios começam a refletirE as árvores se veem no espelho,As rosas passam a perfumarOs campos, que entoam o desejo. Os pássaros cantam seus prelúdios,Colorem os céus, com seus caminhos,Entregam as cartas de eternos romances,E completam o instinto do solitário trilho. A lamúria do pranto é ouvida,A floresta reverbera suas cinzas,Os primeiros sinais de brilhoDerramam o antídoto que traz a vida. Vejo os raios ultrapassarem meus olhos(acordo-me do sonho quase fenecido),E entreaberto, eles veem o encanto,Nos cantos, no encanto ferido. Quando nasce o sol,Seus braços clareiam o horizonte,Sua pele macia toca nas estrelas,E quando ele se põe, a melancoliaSe apresenta na mais íntima beleza. Itacoatiara-AM, 12 de agosto de 2019.

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O pássaro

Acordo-me feito um pássaroVagando pelo dia que renasceEntre as árvores sedentas de fogo,Feito um brilho que permeia a face. Sobrevoo sobre a estreita janela,Dentre os feixes da lisura,Como um redentor à espreitaDa mais formosa candura. Percursor dos versos íngremesQue vagam pela invisível escadaria,A caminho de horizontes planosFeito uma indecisa harmonia. Na pintura de minhas nuvens,Deito sobre o que imaginoE o que penso torna-se real,Feito o mais honroso destino. E esse pássaro que habita em mimConsome parte de meus sonhos,Tornando-os mais coloridos,Feito um majestoso delírio. Torna-se cada vez mais turvoFeito um lugar perante a beleza,Feito um dia que se desfazNa imensidão da tristeza. Juazeiro do Norte-CE, 23 de fevereiro de 2020.

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O professor

É um trovador em meio ao deserto,Resgatando as mentes escondidasPor detrás das portas desconexas(Onde as ideias estão dispersas),E nelas, planta a vasta vida. Em cada linha sublinhadaDentre as curvas do horizonte,Mesmo que tangencie em estradasQue são a contramão da caminhada,Sempre irá transcrever o colorido monte. Viaja sobre a linha do tempoComo um navegante da históriaContemplando o que não foi esquecido,Buscando um porquê ou um resquícioQue molda a superfície da oratória. Dentre as subjetividades da alma,Busca conter as dúvidas errôneasEm busca de um saber que transcende,Mesmo que total ou parcialmente,A camada que ao mundo entoa. Apresenta um universo abstratoDe culturas que se ramificam,Ou até mesmo um espaço concretoEm meio ao prelúdio do desertoQue deságua em solo urbano. Apresenta o complexo ser,Taxonômico feito os sentidosEm contínua busca pela mudança,Assim como ao céu alcança,Ao mar também lança seu grito. Em meio à efusão de seus dons,Não se pode esquecer sua fórmula,Embora tão objetiva

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O que deveras sinto

Na morbidez do silêncio que permeiaEste inócuo incolor, que me consola,Desolado a caminhar pela linha estreita,Sigo em frente, em passos que, outrora,Encruzilhavam-se à luz escorreita. O sentir perde-se na amplitude do arComo uma bruma que paira na noite,Como pluma de desilusões a aspirar,Como uma anáfora de erros a consertar;Eterno imbróglio na vertigem do horizonte. Soa-me um tanto utópico esperarEsta devastação que me invade o peito,Estas sombras que estão a vagarPelo incauto vapor do mesmo silêncioQue, há tempos, estava a navegar. Nestes dias íngremes, descontente,Porém, navegando sobre os espinhos;Tropeçando nas nuvens, sinto-me triste,Menos triste quando, mesmo sozinho,Alcanço o que deveras sinto. Itacoatiara-AM, 10 de fevereiro de 2020.

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O reflexo da poesia

Reflito sobre as águas, nos camposFloridos de meu obscuro deserto,No submundo de meu canto incerto. Reflito sobre o ar de meus prantosAmargos feito o choro do marNo infinito deste lânguido amar. Reflito sobre o vento deste mangueDe desilusões que invadem o luar,Enchendo o céu com amargo sangue. Reflito, porém, sobre a agonia,Com os vestígios da razão que háE consigo ver do outro lado a poesia. Neste momento posso respirar. Jericoacoara-CE, 26 de fevereiro de 2020.

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O sentir que inflama

As trovas da manhã maciaDeliberam o amargor da solitude,As estrelas entregam-se à amiúdeE simétrica existência da melancolia. Como mover tamanha sinfoniaSe o que vês está no solo rude;Está banhado no amargo açudeE arraigado no pranto do dia? Com as perguntas ainda apagadas,Diz tu o que do peito declamaA madrugada de flores amordaçadas. Diz tu a quem singelamente amasQue nada poderá impedir a alvoradaDo sentir que na alma inflama. Itacoatiara-AM, 22 de agosto de 2019.

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O sono profundo

Não fale comigo esta tarde,Preciso pensar em algo que faça sentido,A conexão entre meu desespero e o nadaFaz com que a mente minta em modo perdido. Se não me deste o deveriaNão adianta trazer as estrelas da escuridão,Nem o infinito da galáxia de um sentimento,Nem as ramificações da alegria em ilusão. Não afague meus devaneios com mentiras,Nem leia minhas poesias sem entender,Nem vais conseguir ver beleza na sinceridade,O que restará é o lisonjeador direito de se ofender. Mas também não tente críticas inválidasCom palavras presas na liberdade dos céus,Pois és tu quem enxerga a inaptidão de tua existência,E forma a quem pensa diferente, um nefasto réu. Mas as peças do jogo montarão o pôr do solQue naufragará tua irradiante dislexia. Itacoatiara-AM, 02 de maio de 2019.

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O sopro do vento

O vento encanta o marCom seu canto em odisseia,Transcrevendo seu luarNa inconstante poesiaQue se vê incompleta. Volve o pranto a amar,Pois do peito soa os tonsAmargos, em prece a inspirarA mais sublime travessiaQue se vê a transbordar. O mesmo vento está a viverSobre as paragens do espelhoNos desencontros de se terO que não se tem no medo. Medo de não esquecerO reflexo desta fingida ferida,Que finge até mesmo serO vento que nos devolve a vida. Fortaleza-CE, 01 de março de 2020.

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O verdadeiro amor

O amor só é eternoQuando os passos se cruzam,Quando os olhares se encantam,Quando se constroem castelosCapazes de suportar tempestades. Quando tudo se completa,Até mesmo as coisas desconexas,Como um olhar por entre a janelaQue reflete além das esbeltasCores que encantam superficialmente. Quando o peito retrai desesperadamenteQuando a rosa desabrocha sua lágrima,E em sopros, afasta seu doce semblanteDa aurora que lhe torna mais irradiante,Pelo amor que flutua sobre o coração. Ah! O frágil coração que, na enchenteDe sentimentos, inflama sua ternuraComo uma espécie de amarga cura,Para provar, seja como for,Que só é eterno o verdadeiro amor. Aquele que brilha sobre o espaçoComo um vagalume de metáforasRefletidas no sublime espelho do encanto,Mesmo que entoe o profundo prantoNada esgotará a confortante presença. Aquele que soma as perfeições,Mesmo não sendo tão virtuosasQuanto o sentir que, quando à pele exposta,Colhe os frutos do trabalhoso castelo,Que representa o amor sincero. Ah! O frágil coração que, na enchenteDe

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Ode à flor

Oh! Pois que tu és lírio da vidaE de meu peito vieste a viver;Sem ti nada sou além da doloridaLamúria de ilusão a anoitecer. Já que tu és a pétala floridaDe todos os anseios a se esquecerDiante desta imensidão sem saída,Um naufrágio infinito a florescer. Digo-te sem lisura colhidaPelos eternos campos a empalidecerCom tua voz, etérea e garrida;Como num sopro, hei de dizer: Oh! Pois que tu és límpidaE de meu campo fizeste renascerO canto da aurora vívida,Completaste o vazio a morrer. Itacoatiara-AM, 08 de março de 2020.

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