O título deste livro é bem sugestivo (tirado de uma poesia minha), alguém pode achar que tem algo a ver com a música da Legião Urbana chamada ‘Metal Contra as Nuvens’, mas não, são contextos diferentes.

Costumo pensar que cada verso meu é um desabafo, e que todo amadurecimento é registrado quando mais emoções podem ser sentidas nas palavras, quando você vê uma evolução.Basicamente, em linhas curtas, esse livro vai abordar quase os mesmos temas dos outros, mas está com um “molho” a mais: um ultrassentimentalismo.

Daí vem o subtítulo: Poesias que irão desconsertar teus íntimos sentimentos. Você não pode ler a poesia ‘O Verdadeiro Amor’ sem se emocionar; ‘Quando As Lágrimas Transbordam’ também é outra poesia que irá te tocar bastante, não irei citar todas as poesias expostas a seguir, mas é um estímulo para o leitor.

Deixe sua avaliação para ‘Metal Sob A Escuridão’:

 

Capítulos

Já não sei

Já não sei como esquecerEste brilho que transcrevo,Este sol que já não brilha,Este frio que se repeteDerretendo a armadilha. Armadilha que desconfortaEste som que me alimenta,Esta luz que me escurece,Este sonho que me acorrentaNa mais sublime prece. Prece esta que escrevoComo um conto a imaginar,Pode ser mais um desejoOu um desfecho a se chorar. Chorar feito uma chuva,Tempestade a se esperar,Pode ser mais uma curvaOu um abismo a despencar. Juazeiro do Norte-CE, 24 de fevereiro de 2020.

Ler Capítulo

Luzes poéticas

Olhando para o infinito do oceano,Uma faísca de luz banhando as pedrasQue rolam sobre as águas, tudo plano;Os ventos sopram na fagulha das trevas. Apenas as luzes dos prédios brilham,No horizonte, apenas os navios num pontoAinda dão sinal que os navegantes trilham;Em superfícies, um resquício de um conto. Vejo-me ainda parado, trêmulo a pensarSobre os troncos de meus instintos,Quando percebo que basta acreditarQue apenas resta um pensamento ínfimo. E de ínfimo, torna-se extinto por existirNeste eterno abismo a suspirar;Vejo-o em segundos por apenas insistirNeste isolado e íngreme sopro a aspirar. Fortaleza-CE, 03 de março de 2020.

Ler Capítulo

Metal sob a escuridão

Sou o amparo das incertas ilusões,O pôr do sol que invade o dia,Transcritor de grandes devastações,A tempestade da eterna agonia. Sou o verso presente nas nuvens,Incauto, vívido e obscuro,A aliteração, âmago, ferrugem,A inundação do ar, de nada, de tudo. Sou o sopro de melancolia,A poesia camuflada pelo fingimento;Sinceridade, paradoxo, melodia,Sou a solidão, a luz, o relento. Sou o tautograma telúrico,Tenaz, triste, tempestuoso;Sou o cálice, o ápice úrico,Nada além de tudo espantoso. Sou o amparo dos poetas,O invisível sobre a devastação;O derradeiro campo insolúvel,Sou metal sob a escuridão. Itacoatiara-AM, 01 de outubro de 2019.

Ler Capítulo

Não chores

Conte-me seus mais íntimos segredos,Como à própria alma que não enganas;E o que não sentires coragem de contar,Conte-me com os olhos, mesmo em chamas. Por que estás tão triste, por que se escondes?Tudo está tão escuro, perco-me no labirinto;Conte-me por que teus olhos estão no horizonte,Dando em silêncio, o sinal de um grito. Mostre-me teus versos interiores,Mesmo que naufragados no desconhecido;Por que estás tão longe, vestida sem cores,Apenas revestida com o pranto dolorido? Conte-me teus mais íntimos desejos,Como ao coração que tanto amas;Por que estás sem vida, sem valores?Mesmo os que restaram na morte, que encontras. Sublime és, misteriosa e incauta flor,Ainda passarás sobre pedras e espinhos,Ainda irás sentir o amargo e doce amor,Ainda verás sob as sombras, o caminho. Trilharás sobre encruzilhadas e destinos;Para que pressa, se o tempo esmaga as lembranças?Para que trevas, se ainda há luz e confiança?Para que medo, se para sempre estarei contigo? Itacoatiara-AM, 10

Ler Capítulo

Não sei o que houve

Não sei o que houve,Apenas ouço, relutante,Os últimos vestígios da dorDesvirginando meu peito. Não sei o que houve,Aquela cor atônita e dançanteAgora está incolor e escura,Como se estivesse distante. Não sei o que houve,O céu reflete a amarga chuva,Que parece perfurar meu rostoComo o infinito espinho. Não sei o que houve,O espelho, opaco e sombrio,Ecoa as lágrimas lentamente,E num segundo desfigura o riso. Não sei o que houve,As estrelas brilham com tristezaRevelando o outro lado da lua,Tão perto e presente do nada. Não sei o que houve,Vejo-me na tortuosa moradaOnde estão meus íngremes segredos,Dicotômicos à solidão da madrugada. Itacoatiara-AM, 22 de março de 2020.

Ler Capítulo

Nesta madrugada

Nesta madrugada abraço meus anseios,Furto versos do luar que está perdido,Tento desconectar a ilusão e o devaneioE rebuscar o doce passo do infinito. Pairo sobre os céus da solidão,Transpasso as nuvens de meus desertos,Concedo à alma um destino em contramãoÀquilo que, incautamente pareça incerto. Não mais que lentamente transcrevoÀs dúvidas que vivem em meus resquícios,Quando da fúria surge o amargo trevoHá no horizonte o nascer de um vício. Vício esse que em derrocada à escuridãoDá-me calma em noites devastadas;O vício que ora liberta a ilusão,Ora acorrenta a pureza da alma. Vício esse que me leva ao invisível,Dá-me encantos em espinhos dissuadidos,Dá-me luz como cortina de fumaçaPara que não almeje um novo trilho. Nesta madrugada reflito minhas lágrimasNo espelho da imensidão do desconhecido;No espelho da poesia submersa em calmaDentro de um amanhecer menos sofrido. Itacoatiara-AM, 31 de agosto de 2019

Ler Capítulo

Neste lugar

Meu amor,Não me deixe aqui neste lugar,Não me esqueci de te amar,O que me resta é te querer. É só assim,Para te dizerQue não esquecerÉ o meu fim. E este fimÉ o que restouDeste nosso amorQue nunca existiu. Mas meu amorPor que estás tão triste?Se ao menos o silêncio existeResponda às cinzas de meu sofrer. Em frente espelho vejo teus olhosCansativos de olharem pela estradaDas feridas que não dizem nada,Além das palavras que ecoam a mágoa. Uma lágrima discorre toda dorDa tempestade que ainda encanta,Mesmo que os raios deixem tudo incolorE que os trovões levem toda esperança. Itacoatiara-AM, 16 de novembro de 2019.

Ler Capítulo

Noite escura

Nesta noite escuraJá não tenho a curaQue está em vão;E por teu sorrisoGuio-me indecisoNa escuridão. Com palavras sinceras,Melodias dispersasNesta amarga ilusão;Caminhando sem vidaReencontrando a feridaPego o violão… Em palavras opostasDou-lhe as costasEm contramão;E em versos vazios,Um tanto sozinhoSem vida, na solidão. Vou por entre as portasDesta aurora mortaNa frágil emoção;Como um louco, sintoQue já nem mesmo mintoPara o coração. Itacoatiara-AM, 12 de março de 2020.

Ler Capítulo

O altar da ilusão

Visto-me com o retalho da madrugadaE vejo-te na aurora de minha janela;Nesse momento as lágrimas, em caminhada,Descem sobre a ilusão, que desespera. E de desespero, torna-se constanteEsta imensa dor que me agonia;Este suor que me descerra, errante,Feito um doce soar de melancolia. E a melancolia me tira a angústia,Pois dela teus olhos vêm em desespero,Contam-me como está triste a volúpia,E do peito, apenas os retalhos de segredo. Segredos que me acorrentam no delírio,E deliberam dos venenos, seu mel,Em tons do mais colorido martírio;Deixam-me à deriva do perigoso céu. Céu este que me vem nos diasEm que a saudade invade minha loucura;Invade feito uma rancorosa armadilha,Como um deleite que me tem em amargura. Teu límpido esboço amanheceNo jardim de meus olhos, que não veemA realidade por detrás desta prece:A que escurece aos teus lábios terem. Ter-lhe-ei apenas no pressentimento,E no pensamento hei de chorarPela tua insípida presença no vento;Pelo teu invisível

Ler Capítulo

O ápice de teu fervor

Deixe-me ser o frio da madrugada,Deixe-me ser o espelho dos teus olhos,O teu suor, tua sombra, tua morada;Deixe-me ser teu canto, tua luz apagada. E quando tua lágrima soar tranquilamenteDeslize as suas mãos sobre o retratoDa manhã em meio à triste nascente,De sua pele amarga, o dia dilacerado. Deixe-me ser o mel que derramas no abismo,As chamas, que ao pensamento consome,Deixe-me te mostrar a doce face do delírio,Na hora certa me darás um codinome. E quando as estrelas transpassarem a ti,Toque no horizonte e desfrute o amor;Deixe-me ser o sol, o oceano, o rir,Deixe-me ser o ápice de teu fervor. Itacoatiara-AM, 15 de outubro de 2019.

Ler Capítulo
plugins premium WordPress
Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors