Entardece a poesia
Olhando para o triste refletirEm frente ao espelho de abismo,Vejo-me sobre as nuvens a surgirDiante de meu coração lírico. E assim que o vento paira no soluçoDo leve rio que vai cantando,O verso de agonia torna-se mudo;Torno-me parte de meu pranto. Um tanto a flutuar no céu,Meu corpo paira quase distante,E diante ao ciclo deste amargo véuTorno-me, em um minuto, pensante. E assim que suas vestes inundamParte de meu ser inexistente,Este mesmo rio navega na verveDeste verso que despertou, finalmente. Olhando para o submundo do arVejo-me no infindo planoDeste mesmo segundo a sonhar,Neste mesmo vestígio de engano. E o pranto, mesmo a suspirar,Ainda se encontra no largo peito;Soa-me feito um lânguido amarQue se perdeu ao achar-se imperfeito. E a poesia vem, ao monte, surgindo;Seu abraço me sufoca a alma,Sua voz acorda o incolor ímpetoE acalma a mais sublime mágoa. Assim, reflito-me em suas águas,Como uma desvairada treva ao dia;Atiro-me nesta