Metal sob a escuridão

O título deste livro é bem sugestivo (tirado de uma poesia minha), alguém pode achar que tem algo a ver com a música da Legião Urbana chamada ‘Metal Contra as Nuvens’, mas não, são contextos diferentes.

Costumo pensar que cada verso meu é um desabafo, e que todo amadurecimento é registrado quando mais emoções podem ser sentidas nas palavras, quando você vê uma evolução.Basicamente, em linhas curtas, esse livro vai abordar quase os mesmos temas dos outros, mas está com um “molho” a mais: um ultrassentimentalismo.

Daí vem o subtítulo: Poesias que irão desconsertar teus íntimos sentimentos. Você não pode ler a poesia ‘O Verdadeiro Amor’ sem se emocionar; ‘Quando As Lágrimas Transbordam’ também é outra poesia que irá te tocar bastante, não irei citar todas as poesias expostas a seguir, mas é um estímulo para o leitor.

Deixe sua avaliação para ‘Metal Sob A Escuridão’:

 

Capítulos

Autoquestionamento

Vi-te no arrebol da meia noiteE vivi e senti complacente à chama,A alma, a ternura, a sensatez que declama;E morri e sofri e renasci diante do açoite. Devia ter esperado passar o tempo,Passar o doce sorrir do amanhecer,Do astuto desgosto do gosto de serO efêmero, amargo e doce sentimento. Devia ter quase que sentido o silêncioDestoar em prantos, o riso da dor,Mas o amor é um mar de incerteza. Mas como persuadir tanta beleza,Atraindo, fingindo, sendo o amargor;O ímpeto, a chuva, as nuvens, o vento? Itacoatiara-AM, 11 de setembro de 2019.

Ler Capítulo

Chega

Chega de sentir o que não há,Chorar sem que as lágrimas percebamQue as flores ainda estão nascendo,Mesmo que sem respirar. Chega de fingir e se esconderDentre a própria horda de ilusão,E retrair e sorrir, se entregar ao medo,Mesmo que pareça salvação. Chega de chegar o fim do diaE o rio declamar sua tempestade,E o quanto secou, se entregou à angústia,Mesmo sendo sua inteira metade. Chega de sonhar sem assistirA própria alma, sedenta, se ocultar.Chega de tentar e desistir e persistir,Mesmo perdendo antes de tentar. Chega de oceanos rasos e profundos,Chega da antítese que precedeToda empatia por este submundo,Mesmo que parece amarga prece. Chega de versos metonímicosQue não refletem a escuridão.Chega de sonhar com o inesquecível,E no fim do dia, ser estirado na solidão. Itacoatiara-AM, 11 de setembro de 2019.

Ler Capítulo

Como se fosse um espiral

Como se fosse um espiral de silêncio:Assim são meus olhos, e as minhas palavrasSão os trovões que amedrontam a calmariaDo semblante da criança empalidecida. Meus versos são a caixa da metonímiaQue transpassa toda a percepção pré-concebidaDa escuridão que reverbera em minha pele,Que transcende a mais alta glória esquecida. Como se fosse um espiral de desilusão:Assim é a realidade, e os meus sonhos afogadosReiteram o último suspiro da insolúvel poesia,Com um ar que transpassa o véu amordaçado. Reiteram os passos demasiadamente tortos,Que em linha reta desenharam um castelo;Os passos curtos que atravessaram o desertoDisseram em uma só voz: o caminho é incerto. Como se fosse um espiral de amargura:Assim são minhas lágrimas, e a chuva derramaSeu mais alto fragor de devastação, e diz lúcida,Com sua doce voz: é a ti que minha loucura declama. Itacoatiara-AM, 31 de outubro de 2019.

Ler Capítulo

Cortina de fumaça

Diante da cortina de fumaça,As cortinas do teatro sublime;Mas que de beleza, furta o engano,Plano inerte, hegemonia íngreme. Ignomínia, instrumento de salvação,Assim pode-se tornar-se mártir;Mártires naufragados na necrofagia,Aberração, séquita armadilha de arte. Como sustentação, cortinas de alarde,Eufemismos torpes e demagógicos;Clã unido de guerrilheiros falsários,Sequestradores de argumentos lógicos. Itacoatiara-AM, 02 de outubro de 2019.

Ler Capítulo

Descanso

Meus olhos um tanto frágeisVeem que estão se exaurindo,Algo os fazem definhar no horizonte,E o descanso, como chuva, vem surgindo. Mas isto é um incerto relativo,Vejo também que nas ferragensDe meu etéreo sono, algo está sumindo,Talvez eu precise me exaurir um pouco mais. Delegando-me ao ócio infinito,Percebo ao olhar-me no espelho das águasQue o tempo se converteu em póE que a morte encontrou sua morada. Desvirginando a manhã fria e calma,Os anseios regam a tempestade,E o ciclo continua até o arrebolDa tarde onde o silêncio é miragem. Vi que meus passos poderiam ir além,E as pétalas floresceriam no outono,O espelho refletiria o próprio reflexo,Permearia a saudade pelo riso convexo. A estrela de aço surge sobre os ombros,O intrafegável destino cobre as lágrimas,Velejando sob o oceano de luz, os passosVão em direção à indecisa encruzilhada. Pousando sob o solo do infinito encanto,Vejo em segundos o que há tempos não existia,No submundo

Ler Capítulo

Desconcerto

Como dizer a meus olhosQue os teus estão distantes,Enxergando além do que se vê,Compreendendo cada fonte? Como perguntar ao infinitoSe tudo está diante das nuvens,Escondido sobre um calmo gritoQue reverbera sua dócil ferrugem? Como dizer aos meus sentidosQue os mesmos estão no abismo,Entrelaçados sobre a ode da manhã,Perpetrada ao eterno solecismo? Como sentir o calor das pétalasNeste desconcerto do mundo,Desconcerto diante à arte,Sem enxergar mais a fundo? Como dizer aos meus sentidosQue a imaginação pode ser morada,Sem esquecer-me da realidade,Sendo o sonho uma flor desgastada?

Ler Capítulo

Desconstrução

Como inspiração, transbordo frasesCom suas inúmeras significações;Degraus contidos em verdades,Absurdos amordaçados nas desconstruções. Impiedosa época de engano,Contradições como base sentimental,Prazeres como armadilhas,Mentiras como devaneio moral. Revertem valores, crucificam opiniõesNão alinhadas à ode orquestral;Ídolos consagrados por desinformações,Engodo como caminho transcendental. Itacoatiara-AM, 31 de setembro de 2019.

Ler Capítulo

Dialética

Suspiros dados ao fim da madrugada,O sol está a nascer e estou sozinho,Acompanhado de versos rítmicosQue dão essência ao psicodélico sino. Acorda-me no melhor da ilusãoFantasiando-se dos profundos devaneios;Avisto a palidez do compassado vento,O tempo que foi perdido pelo medo. As lágrimas secam o abismo,Metamorfose da essência poética;Resta-me a vereda cíclica,A reconstrução da derradeira dialética. Itacoatiara-AM, 31 de setembro de 2019.

Ler Capítulo

Diga-me

Diga-me com tua voz límpida,À tua perfeição que exala o dia,Que os suspiros estão em resquícios,Quase esquecidos na amarga vida. Diga-me com tua pele sombriaQue as ilusões estão recarregadas,Escamoteadas dentre o triste vento,Verbalizadas na angústia atraiçoada. Diga-me sem meros eufemismosO que sentes; exalas à inquietudeComo ao verso, que mentes,Ou apenas vê-te no outono amiúde? Itacoatiara-AM, 30 de setembro de 2019.

Ler Capítulo

É preciso

É preciso luz para escurecer,É preciso cinzas para descansar,É preciso trevas para amanhecer,É preciso ilusão para inspirar. É preciso amargor para endossar,É preciso pedras para construir,É preciso abismo para sonhar,É preciso erro para instruir. É preciso solidão para recordar,É preciso tempestade para florescer,É preciso deserto para respirar,É preciso verdade para compreender. É preciso profundeza para interpretar,É preciso morte para transcrever,É preciso derrota para ganhar,É preciso amor para sobreviver. Itacoatiara-AM, 12 de setembro de 2019.

Ler Capítulo
plugins premium WordPress
Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors