Jogue-me na armadilha do sentir,
Mas não esvazie o sublime perfume,
Aquele que me reveste o incauto rir
E desvirgina o que da flor não se resume.

A amarga pétala que inflama o ar,
Que sustenta o brilho do abismo,
Toca-me o triste semblante do amar
Como ao rosto do servo empalidecido.

Toca-me a pele dos olhos tristes
Como aos do céu refletido nas águas,
Como aos dos mares revestidos no silêncio.

Jogue-me na elipse que porventura existe
No esboço da sensível paisagem das lágrimas,
Na gradação dos versos que encontrei no vento.

Itacoatiara-AM, 02 de setembro de 2019.

 
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