Amo-te sem conter o que finjo,
E por te amar assim sem medo
Sou personagem deste labirinto,
Vivendo feito um pássaro faminto
No amor isolado deste enredo.

Amo-te como a prole da manhã,
Como o manto das areias da lua;
E por te amar assim sem receio,
Torno-me cavaleiro deste devaneio
Ao ver-te nesta pintura nua.

Amo cada desenho magistral
De teu semblante, de tua verdade;
E por te amar assim como espiral
De emoções, digo-te sem maldade:

És tão amada quanto o perfume
Da primavera que deságua no prazer;
E por não existir mais alto volume
Digo-te baixinho, que nada sou sem te ter.

Jericoacoara-CE, 26 de fevereiro de 2020.

 
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