Sobre a janela dos meus sonhos
O encanto que, outrora, estava perdido;
Um sonho que, de tão forte, tornou-se ambíguo
E de tão triste, tornou-se, friamente, risonho.
Sento-me na varanda de um castelo
Construído em um mundo sem pensamento,
Onde todo o silêncio, em movimento
Reconstrói, em sopros, o que espero.
Se de tão confuso, tudo é sincero,
Sinto-me num oceano de estrelas,
E em cada escuridão, em gritos, reitero:
Se de meu peito soar um doce delírio,
Contento-me em apenas reluzir a tristeza
Que, de tanto sonhar, atenuou-se em martírio.
Itacoatiara-AM, 13 de fevereiro de 2020.