Como podes apenas ver-me assim
Neste miserável plano, se deixaste?
Como (se até esta solidão levaste)
Pudeste levar até mesmo o doce rir?

E destas ínfimas incertezas, afã
O pobre e iludido pedaço de dor;
Levar-me-ás ao cálice do amor
Ou tornar-me-ei a tristeza da manhã?

Ah! Pois que tu não és a flor sem mim
Se do teu mel apenas assim provaste
O invisível, e esta ilusão teve fim.

Ah! Lembro-me feito um leviatã
De todo gosto que de ti ressoou,
Eras do límpido gosto, aldeã.

Itacoatiara-AM, 13 de março de 2020.

 
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