O caos abraça meu angustiante peito
E num grito d’horror, azucrina a calma;
Diz-me, em preces, o soluço da alma
Que já não aguenta tanto desrespeito.

Pois que de seu domo escorreito
Vem a suave dança da n’alva,
Junta-se com esta doce estrela d’alva
E, com seu leve sopro, diz-me o sujeito:

− Oh! Por que andas nesta estrada,
Pérfida feito o silêncio dos covardes,
Angustiando sua nova morada?

− Pois que tu és a bruma da enseada
Que me espera na esquina, em alardes
Contidos na sensatez da madrugada.

Itacoatiara-AM, 21 de março de 2020.

 
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