As horas passam, o silêncio agoniza,
A aurora das flores desaparece,
Os espinhos nascem, e deles, envelhecem
As cinzas, a luz, o sopro, o dia.

As horas, atônitas, se escondem
No horizonte, no vapor, na escuridão;
Revestem suas dores com a solidão,
E às estrelas sem brilho, respondem:

Por que não brilham ao menos na agonia
Para trazer esperança aos pássaros
E beleza ao canto sem harmonia?

Porque estou a descansar eternamente,
Esperando os espinhos reconstruírem
A lua, o sopro, a vida, novamente.

Itacoatiara-AM, 31 de setembro de 2019.

 
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