Um novo darwinismo social,
Ideologia caindo sangrando, sobre vidas,
Trocando o ser humano por um animal,
Até na morte, a atenção suicida.

Eles acham que há alguém mais importante
Pra não se importarem com o sangue da vítima,
Uma criança estraçalhada por ser o que é,
Ignoram por não estar dentro da narrativa.

Perpetuam suas falas contraditórias
Na demagogia da pseudopreocupação,
Protetores do bem, senhores hipócritas,
Comovem-se ao caos e o alarde da ilusão.

Cortina de fumaça, ode à aberração,
Inundados no veneno da própria desgraça
Plantados por eles mesmos na contramão
Da mente, lamúria dos ossos, na madrugada.

O menino sozinho aguentou toda miséria,
Resistiu até o último suspiro de sua vida,
Ignorado pelos detentores da humanidade,
Somente alarde se estiver como fazer política.

Quatro pernas bom, duas pernas ruim,
Todos são iguais, mas alguns são bem mais,
No lugar da cruz, a foice e o martelo,
No lugar de um filho, a destruição do feto.

Itacoatiara-AM, 14 de junho de 2019.

 
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