O poeta é um fingidor,
Sofre, mas transforma em amor
Todo sentimento fingido,
Toda alegria revestida de dor.
O poeta é um escultor de versos,
Engenheiro dos verbos invisíveis;
Portanto, tem o dom de inventar
E imaginar fingimentos imprevisíveis.
Veste-se da incolor e colorida antítese
Para expor às flores, seu tom solitário;
Pouco lido, assim como o pôr do sol
É pouco visto, tão somente incompreendido
Quanto um vívido sobrevivente sábio.
Acusado da monotonia paradoxal
Por perceber grandes novidades
Nos museus da augusta alma;
Autobiografa as autocontradições,
Pois como lições, eterniza tempestades.
Itacoatiara-AM, 31 de setembro de 2019.