Oh! Pois que tu és lírio da vida
E de meu peito vieste a viver;
Sem ti nada sou além da dolorida
Lamúria de ilusão a anoitecer.
Já que tu és a pétala florida
De todos os anseios a se esquecer
Diante desta imensidão sem saída,
Um naufrágio infinito a florescer.
Digo-te sem lisura colhida
Pelos eternos campos a empalidecer
Com tua voz, etérea e garrida;
Como num sopro, hei de dizer:
Oh! Pois que tu és límpida
E de meu campo fizeste renascer
O canto da aurora vívida,
Completaste o vazio a morrer.
Itacoatiara-AM, 08 de março de 2020.